Onze meses depois de ter sido brutalmente agredido em plena Rua do Ouro, em Lisboa, Diogo Fialho esteve no programa Júlia, da SIC, esta segunda-feira, 1 de julho, e, pela primeira vez, falou sobre o trágico dia. O ator, de 27 anos, ficou com a cara completamente desfeita no dia 1 de agosto de 2018 e, até há data, ainda não foram encontrados os responsáveis pelo ataque.
Em entrevista a Júlia Pinheiro, Diogo Fialho recorda as agressões:
«Fiquei sentado nas escadas do elevador de Santa Justa e alguém disse ao funcionário de um hostel que tinha um rapaz ensanguentado lá em baixo. Ele chegou lá, perguntou-me o nome e levou-me para o hostel. No hostel eu não estava consciente, também não estava inconsciente, estava num estado de choque. Mas aí percebi logo que não estava bem e que a única solução era chamar o INEM.»
Desde que deu entrada no hospital «com a cara desfeita», Diogo Fialho esteve quatro horas sentado numa cadeira de rodas. «Estive umas quatro horas sentado numa cadeira de rodas a encher o balde [de sangue]. Durante esse tempo todo enchi um balde de sangue», conta.
Tiago Fialho, irmão mais velho do ator, tem sido um grande apoio e ajuda a preencher as lacunas na memória de Diogo.
«Vi o meu irmão neste estado. A cara dele estava o dobro. Estava torta a cara e do lado esquerdo tinha um alto enorme, irreconhecível», revela. «A cara do meu irmão estava de tal maneira que o auxiliar não conseguia fazer a barba ao meu irmão. Eu vi que ele estava aflito e disse: ‘Traga-me as coisas, que eu faço-lhe a barba’. Enquanto ia fazendo, as lágrimas escorriam-me pela cara», recorda.
«Ninguém me perguntou nada»
A operação de Diogo Fialho durou cerca de sete horas.
Onze meses depois do acontecimento, ainda não foram responsabilizados os autores da agressão. Na altura do acidente, Tiago Fialho dirigiu-se de imediato à esquadra para apresentar queixa, mas tal não foi possível.
«Disseram-me que tinha de ser o próprio a fazer a queixa», afirma o irmão de Diogo.
A queixa foi então apresentada, três dias depois. «Ninguém me perguntou nada. Eu fiz a queixa e disseram: ‘agora para prestar declarações tem de esperar que o chamem’», conta Diogo Fialho, afirmando que «até hoje» ninguém o chamou.
Do acontecimento traumático, Diogo Fialho afirma que fisicamente «ficou uma cicatriz e um maxilar de titânio.»
«É uma revolta todos os dias»
Tranquilo e positivo, o ator de 27 anos não se mostra indignado. «Nos primeiros meses eu chorava por ator bondosos. Ficava mais sensível. Recebi tanto carinho», recorda. E acrescenta: «Em relação à polícia, eu não tinha muitas forças e as que tinha, queria colocá-las noutro sítio. Não gosto de me sentir nervoso».
O mesmo não se aplica a Tiago Fialho que afirma: «É uma revolta todos os dias. Foi uma agressão gratuita e não se fez nada. Pode acontecer mais vezes, a mais pessoas.»
A equipa de produção do programa de Júlia Pinheiro entrou em contacto com o Ministério Público e revelou a Diogo e Tiago Fialho que a resposta determina que «o inquérito conheceu despacho de arquivamento».
A reação foi de surpresa e Tiago Fialho promete não desistir de procurar justiça. «Quando aceitei vir foi para que não seja esquecido o que aconteceu ao meu irmão. O meu irmão é um paz de alma», termina.
Diogo Fialho participou em produções televisivas como Bem-Vindo a Beirais, da RTP1, e Mar Salgado, da SIC.
Texto: Redação WIN – Conteúdos digitais| Fotos: Redes Sociais
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