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DIANA DE CADAVAL escreve o seu primeiro romance baseado da vida da rainha MARIA PIA

Realeza

“O Charles-Philippe ficou encantado com o meu livro”
A vida da rainha Maria Pia de Portugal foi romanceada por Diana de Cadaval, que faz a sua estreia na escrita com um livro que a obrigou a viajar no tempo do século XIX e a pensar como era a mulher do rei D. Luís. Dois anos depois do seu casamento, em Évora, Diana de Cadaval fala da sua nova actividade literária.

Sex, 02/07/2010 - 23:00

A vida da rainha Maria Pia de Portugal foi romanceada por Diana de Cadaval, que faz a sua estreia na escrita com um livro que a obrigou a viajar no tempo do século XIX e a pensar como era a mulher do rei D. Luís. Dois anos depois do seu casamento, em Évora, Diana de Cadaval fala da sua nova actividade literária e da vida a dois com o príncipe Charles-Phillippe de Orléans.

VIP – Com Eu Maria Pia faz a sua estreia como escritora. O que a levou a fazer um romance sobre esta rainha de Portugal?
Diana de Cadaval –
Quando surgiu a ideia de escrever um livro decidi que iria ser um romance histórico. Comecei a pesquisar personagens, sempre mulheres, e decidi que para um primeiro romance Maria Pia era a personagem ideal. É uma rainha que sempre me fascinou. Ver o Palácio da Ajuda e saber das críticas a seu respeito fizeram-me pensar quem seria Maria Pia por detrás de toda aquela riqueza.

Maria Pia tem todos os ingredientes necessários para se escrever um livro sobre ela?
A sua vida tem tragédia, amor, casamento, filhos. Gosta do luxo, mas tem também um lado humanitário.

A ideia de escrever um livro foi sua?
Partiu de um convite e de um desafio da minha editora, a Esfera dos Livros.

Como se preparou para escrever um romance histórico?
Tive duas historiadoras fantásticas que me ajudaram na pesquisa. Respeitei os factos históricos da época e romanceei a vida de Maria Pia.

Quanto tempo demorou?
Um ano e poucos meses. A escrita depende muito da inspiração. Ia pesquisando e, ao mesmo tempo, escrevia notas e ideias no meu computador. Havia alturas que escrevia não sei quantas páginas de uma vez e depois havia outras em que escrevia três palavras e dizia: "Hoje não estou inspirada."

Fizemos estas fotografias no Palácio da Vila, em Sintra, que era a casa de Verão de Maria Pia. Visitou os lugares por onde a rainha passou para perceber como era a sua personalidade?
Visitei o Palácio da Ajuda diversas vezes. É muito importante visitar os espaços e, através deles, entrar na intimidade de D. Luís e de D. Maria Pia. Também vim visitar este magnífico palácio de Sintra. Compreendo porque razão Maria Pia o escolhia para passar as suas férias de Verão.

Ela ficou conhecida não só pelo bom-gosto, mas também por ter um temperamento difícil…
Era uma princesa italiana quando veio para Portugal. Gastava imenso em luxos e tinha um feitio fortíssimo. Tanto podia ser um amor, como podia ser terrível! Mas também tinha um lado menos conhecido: a sua generosidade. Angariava fundos e ela mesma doava quantias enormes para ajudar o povo carenciado.


Este livro explora esse lado mais humano dela?

Queria mostrar as suas dores, as suas alegrias, as suas inseguranças, as suas frustrações. Tinha uma corte enorme e, no entanto, era uma mulher muito só, que não podia desabafar com ninguém.

A Diana escreve como se fosse a rainha?
Sim, escrevo na primeira pessoa. É um livro num tom pessoal.

O seu marido também já escreveu um romance. Como viu ele esta sua faceta de escritora?
O Charles-Philippe ficou encantado. Só que esse livro ele escreveu num mês. Escrever na família Orléans é uma tradição.

O príncipe foi a primeira pessoa a ler o seu livro?
Foi a primeira e única pessoa a ler o livro.

Qual foi a opinião dele?
Adorou! Quando tinha algum bloqueio, o Charles-Philippe dizia: “Não te preocupes, há dias assim.”

A escrita é mais um ponto em comum consigo e com o seu marido?
Exacto (riso). O Charles-Philippe adora escrever! De facto, temos muitas coisas em comum e fazemos muitas coisas juntos.


Este livro é publicado quando completam dois anos de casados…

É verdade!

Foi propositado?
Não, coincidiu.

Como vão comemorar estes dois anos?
O Charles-Philippe é que organiza tudo. Ele é fantástico a fazer­-me surpresas.

O Palácio Cadaval, o berço da sua família, continua a ser um marco cultural em Évora.
Convido todos os leitores da VIP a uma visita à casa e à Igreja dos Lóios. Temos agora lá a exposição de Guillaume Pelloux, um artista plástico, muito em voga em França. Temos também o Festival de Évora Clássica nos dias 8, 9 e 10 de Julho.

Sente-se atraída por escrever um romance sobre D. Nuno Álvares Pereira, o fundador da casa Cadaval?
É um bom desafio.

Além da gestão da casa Cadaval, também se dedica a actividades filantrópicas. Gosta de ajudar o próximo?
O meu marido e eu estivémos na Etiópia com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Estivémos no Camboja com uma associação francesa antiminas chamada Hamap, fomos à Sérvia com a Cruz Vermelha e estivemos no Egipto com a fundação La Chaîne de Rotisseurs, para ajudar crianças.


Qual a importância destas missões?

No século XXI, princesas ou não, todos temos de ajudar! Com donativos, com dinheiro, com bens, ou com o nosso tempo. Não sabe como se muda a vida das pessoas com gestos tão pequeninos.

Gostaria de ter, como a rainha D. Maria Pia, dois filhos?
(Risos) O Charles-Philippe e eu queremos muito ter filhos.
O seu marido vem de uma família enorme.
São imensos. Os condes de Paris tiveram 11 filhos, 40 netos e bisnetos são mais do dobro.


Então têm de se apressar…

Mas nós só estamos casados há dois anos…

Texto: Alberto Madeira Miranda; Fotos: Jorge Firmino

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