Grávida de seis meses de Teresa, Diamantina Rodrigues não podia estar mais feliz por ser mãe, apesar de confidenciar que gostava de ter um menino, porque não aprecia cor-de-rosa, lacinhos e folhos. A futura mamã quer trabalhar até ao final da gravidez e espera vir a ter um parto natural no hospital São Bernardo, em Setúbal, onde o namorado Nuno Pedroso trabalha. A viver um momento especial, a apresentadora de Portugal Sem Fronteiras, da RTP1, conversou com a VIP no Hotel Palácio do Estoril & Spa.
VIP – Este vai ser um ano especial?
Diamantina Rodrigues – Vai ser um ano diferente. Acho que neste momento estamos todos muito aflitos com este novo ano, mas para mim é um ano que vai ficar para sempre, que vai ficar marcado pelo nascimento da minha primeira filha, Teresa. Portanto, com toda a crise que possa haver penso que durante algum tempo vou poder esquecer-me disso, porque vou ter mais com o que me preocupar.
Ter um bebé em tempo de crise não a assusta?
Assusta um bocadinho, mas eu adiei a gravidez durante muito tempo à espera de uma maior estabilidade na profissão. Foi exatamente o espoletar desta crise, o facto de ligarmos a televisão e ouvirmos que as coisas não iriam melhorar, que me fez pensar que não valia a pena continuar à espera porque se assim fosse nunca mais iria ser mãe. Eu já tinha 36 anos e tinha de decidir. E foi assim que tomei a decisão de que agora era a hora. E vai-se criar, como é óbvio.
Mas é uma atitude de coragem…
Coragem provocada pela cobardia que tive tantos anos. Já estou a viver com o Nuno há seis anos e já podíamos ter sido pais e se calhar se tivesse sido antes teria sido mais acertado, a vida não estaria tão comprometida financeiramente e não estaríamos tão inseguros quanto ao nosso futuro. Sei que esta fase dos primeiros meses é complicadíssima, porque temos de comprar imensa coisa e é tudo caríssimo. Depois vai ser uma grande mudança emocional para nós, vai ser uma experiência nova, noites sem dormir… é um acrescento às preocupações.
Há quanto tempo desejava ser mãe?
Eu nunca tive aquele clique do relógio biológico. Era uma coisa muito consciente. Eu sabia que ia ser mãe, porque não queria passar a minha vida sem filhos. Nesta altura nós pensamos que somos imortais e que a vida vai ser sempre a alegria maravilhosa de ir aqui e ir ali, passear, ir ao cinema. Mas quando tivermos 50, 60 anos, as coisas não vão ser assim e eu tinha consciência que não queria envelhecer sem filhos. Queria deixar descendência.
Foi uma gravidez planeada?
Sim, só que eu pensei que ia demorar muito mais tempo. Eu tenho 36 anos, o pai já tem 40 e eu pensei que com todo o stress com que se vive atualmente poderia ser difícil engravidar. Hoje ouve-se tanto falar de infertilidade… Sem pensar que poderia ser um desses casos, pensei sempre que poderia demorar algum tempo a acontecer. Mas não. Nós decidimos ser pais e no espaço de um mês engravidei. Se acreditarmos que existe alguma coisa lá em cima que dá um empurrãozinho, foi uma bênção ter sido tão rápido. De outra forma eu ia começar a ficar muito ansiosa e isso iria dificultar tudo.
Como é que foi o momento em que descobriu que estava grávida?
Eu andava a fazer o Verão Total, da RTP, em agosto – agora sei que engravidei no fim de julho – e comecei a sentir que a roupa me ficava apertada na zona do peito; depois comecei a ter uma sensação estranha com a comida. Eu que gosto tanto de comer olhava para a comida e ficava enjoada. Pior foi com o café, que foi uma coisa que acabou para mim… nem o consigo cheirar. Com estas coisas todas liguei ao Nuno, que é médico de medicina geral e familiar, e disse que achava que estava grávida. Ele disse-me para ter calma, continuar o meu trabalho e que quando regressasse a casa fazia análises e tirava as dúvidas. E assim foi. Quando veio o resultado ficámos os dois com ar de quem tinha acertado no Euromilhões. Ficámos muito felizes.
Tirando essa reação à comida e ao café, a gravidez tem sido tranquila?
Muito tranquila, só nos dois primeiros meses é que foi mais complicado. Tinha tensões muito baixas, de 5-8, que me deixavam deitada no sofá sem conseguir fazer nada. Depois, foi encarar as mudanças do corpo, que são um pouco complicadas ao princípio.
O que é que estranhou mais, tirando o peito ter ficado maior?
Isso eu não estranhei… Essa foi a parte que eu adorei (risos)! Estranhei a parte de ficar sem cintura, as coisas já não caíam bem. Ainda não tinha barriga e já não tinha cintura. Foi quando as pessoas mais velhas começaram a dizer que ia ter uma menina, porque segundo a sabedoria popular quando uma pessoa fica com uma barriga mais redonda vai ter uma menina.
Para quem trabalha em televisão as mudanças de imagem são complicadas.
Sim, porque a roupa já não assenta da mesma maneira, porque o formato 16:9 não ajuda. Ao princípio é estranho porque quando ainda não se tem uma barriga muito assumida, as pessoas tendem a vir ter contigo e dizer que estás mais gorda. Eu não disse nada durante os três primeiros meses de gravidez e ouvi isto algumas vezes. É desagradável! Agora, como a barriga já é assumida, as pessoas até acham graça. Os espectadores gostam de uma grávida.
Tem recebido muitos e-mails e cartas dos espectadores?
Sim, até das comunidades lusófonas. As pessoas dão-me os parabéns e tenho sentido muito o carinho do público. Apesar de sentir que perdi um bocadinho a identidade, porque já ninguém quer saber da minha vida, só querem saber da minha barriga e se a bebé mexe. Mas as pessoas tratam-me com grande carinho e, como eu estou semanalmente na televisão, as pessoas acompanham a minha gravidez.
Ela vai ter muitos avós no fundo…
Sim, as pessoas sentem-se quase da família daquele ser cujo crescimento acompanharam. Acho muito engraçado.
Normalmente diz-se que a gravidez é a fase mais bonita de uma mulher. Apesar de todas as mudanças, sente-se bonita?
Mais bonita não sei… Fiquei com a pele um bocadinho mais estragada do que tinha, estou com umas borbulhas, que é coisa que nunca tive na vida. Mas sinto-me importante. Eu vou ser mãe (risos). Sinto que vou dar continuidade à família, que vou dar um neto aos meus pais. Parece que estou a fazer alguma coisa importante.
Aos 36 anos os seus pais pressionavam-na para lhes dar netos?
Não, os meus pais foram sempre fantásticos. Nunca invadiram esse espaço. Eles achavam que se eu ainda não tinha engravidado, e se nunca tinha comunicado ter um problema de saúde que me impedisse de ser mãe, então era uma decisão minha e respeitaram sempre muito esse espaço. Mas sei que o meu pai chegou a comentar com um familiar: “se ela for mais feliz sem filhos, eu quero é que ela seja feliz”. Mas sei que interiormente eles o desejavam, até porque eu sou filha única e se eu não lhes desse um neto eles nunca iriam ter um. Eu acho que a partir de uma certa idade se começa a perder um pouco o sentido da vida e um neto ajuda a reencontrar uma razão de existir, porque agora eles têm de trabalhar e de viver para ajudar a criar o neto caso eu tenha alguma dificuldade.
Portanto, vai ter a ajuda deles com a bebé?
Eles moram muito perto de mim e são avós muito novos; ainda não têm 60 anos. Portanto, têm toda a disponibilidade para me ajudarem.
Tem tirado muitas dúvidas com a sua mãe?
A ligação que eu tenho com os meus pais é ótima, mas nunca fui uma pessoa de conversar, de me sentar com a minha mãe e falar com ela. Sou um bocado fechada. Depois, a gravidez da minha mãe já foi há muito tempo. Prefiro falar com as minhas amigas que foram mães recentemente.
Vai ter uma menina, mas estava à espera que fosse um rapaz…
Sim, gostava muito de ter um rapaz, porque a minha família do meu lado fomos sempre só mulheres e achava que por isso era muito interessante ter um menino. E também porque queria dar-lhe o nome do meu pai, Francisco. Eu também nunca fui muito feminina, fui sempre mais de brincar na rua, sempre fiz desportos mais masculinos. A verdade é que não me imaginava muito com a história dos folhinhos e dos lacinhos, do cor-de-rosa. Portanto, criei um mundo onde era mais fácil ter um menino. Mas a Natureza nem sempre obedece aos nossos desejos. Vem aí uma menina e nós estamos muito felizes e que venha com muita saúde. Mas muitas vezes ainda digo que tenho esperança que ela venha a ser uma “maria-rapaz”.
Então ela não vai ter um quarto cor-de-rosa por exemplo?
Ainda não tenho nada preparado. Mas vamos tentar que seja em tons neutros, nada vincadamente feminino. Se ela mais tarde decidir gostar de cor-de-rosa vai gostar por ela própria e não porque nós a influenciámos.
Foi fácil resistir ao impulso consumista das montras de lojas de criança, sobretudo na quadra natalícia?
Não sou muito consumista, nem sou uma compradora compulsiva. Tenho a noção que os bebés crescem muito depressa, portanto vou tentar comprar as coisas que ela precisar quando ela precisar. A primeira coisa que comprei quando soube que estava grávida foram alguns bodys, porque toda a gente me diz que eles precisam logo disso.
Já se sente mãe?
Acho que me comecei a sentir mãe quando a Teresa começou a mexer-se. Já há uma comunicação entre nós. Se eu estou deitada de barriga para cima ela esperneia que nem uma louca e eu tenho de mudar de posição porque ela não gosta. Já me sinto responsável por ela.
Como é que imagina a Teresa?
Imagino-a muito parecida com o pai. Estou sempre a dizer que a Teresa vai ser muito parecida com a minha cunhada. Isto porque há uns tempos, quando começámos a reparar mais nos bebés, percebemos que regra geral as meninas são mais parecidas com os pais.
Como surge o nome Teresa?
Nós tínhamos dois ou três nomes dos quais gostávamos muito, que achávamos que tinham personalidade. Eu queria que fosse um nome português e que não fosse muito estranho. Que não fosse como Diamantina (risos). Teresa foi o que me soou melhor, é um nome elegante.
Não gosta do seu nome?
Há uma justificação para o meu nome, que eu aceito. Mas houve alturas em que não aceitei. Na adolescência foi complicado, porque um nome estranho pode ser um bocado limitativo, embora não me lembre de ter sido gozada por causa disso. Penso que era mais um complexo que eu tinha. Recordo-me daquela altura na adolescência em que os rapazes se apresentavam às miúdas e eu nunca queria, porque não queria dizer o meu nome. Também não gostava de o ouvir em voz alta.
Qual é a justificação para se chamar Diamantina?
A mãe do meu pai faleceu quando ele tinha quatro anos. Então esta foi uma homenagem da minha mãe que disse que dava à primeira filha o nome da sogra. Portanto, hoje aceito o nome até com algum orgulho, porque eu acredito que a minha avó está lá em cima a zelar por mim.
O parto está previsto para quando?
Para o dia 2 de abril. Quero que seja parto natural, num hospital público. Em princípio vai ser no hospital São Bernardo, em Setúbal, porque o meu marido trabalha lá e a minha obstetra também e é relativamente perto do Seixal, que é onde vivo.
Vai trabalhar até ao fim da gravidez?
Sim, se tudo estiver bem, quero trabalhar até ao final. Depois quero voltar o mais rapidamente possível ao Portugal Sem Fronteiras. E com isso quero dizer nos 15 dias depois do parto. Uma coisa é quando trabalhamos na televisão há 15 anos, o nosso lugar está assegurado, somos inconfundíveis e insubstituíveis. Eu trabalho há três anos num programa semanal, com outras participações pontuais noutros programas. Apenas três anos não é suficiente para pensar que tenho o trabalho assegurado. Por isso, assim que puder regresso. Acredito que se tudo correr bem, ter uma bebé não é impeditivo, até porque a preparação do trabalho é feito em casa e o formato do programa faz com que esteja muito sentada. Não é violento.
Numa altura de viragem de ano, o que deseja para 2012?
O que mais quero é ter uma filha cheia de saúde. Depois gostava muito de continuar a ter trabalho porque todos conhecemos a situação da RTP, mas nós ainda não sabemos o que vai acontecer com a privatização, desconhecemos o nosso futuro e estamos todos um bocadinho de pé atrás e aflitos.
Casar não faz parte dos desejos?
Acho que agora com a Teresa fica muito estranho casar. Parece que estamos a fazer o percurso ao contrário. Mas nós nunca sentimos a necessidade de casar, juntámo-nos e somos felizes assim. Agora, se burocraticamente para o filho for vantajoso sermos casados, então pensamos nisso.
Não era um sonho de menina?
Já foi, não pela celebração cristã, mas sim para ter o dia em que reuniria as pessoas de quem gosto para testemunharem a minha ligação com a pessoa que amo, que é o pai da minha filha. Sinto um bocado a falta desse evento no meu currículo.
Como é que conheceu o Nuno?
Conhecemo-nos no consultório. Ele é médico e dava consultas na mesma clínica onde fui a uma consulta de oftalmologia. Eu saí da consulta e quando estava no balcão para pagar ele saiu do gabinete dele. Conhecemo-nos aí. Sabe-se lá porquê, começámos a conversar. Não trocámos contactos, nem lhe perguntei o nome na altura, portanto o normal seria que nunca mais nos voltássemos a encontrar. Ironia do destino voltámo-nos a reencontrar numa discoteca em Leiria, sítio onde eu ia anualmente para um jantar de curso e onde ele ia anualmente para um torneio de voleibol. Ele reconheceu-me e a partir daí mantivemos contacto. Era uma coisa que tinha de acontecer (risos).
Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Bruno Peres; Produção: Romão Correia; Maquilhagem e Cabelo: Tita Costa com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel
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