Dave Hacke conta segredos à VIP
«Considerava-me uma personagem dos Morangos com Açúcar da vida real»

Nacional

Dave Hacke faz revelações inéditas sobre a sua vida e sobre a relação com Eliana em entrevista exclusiva à VIP. O surfista está novamente solteiro, após o fim da relação com Soraia Araújo e conta-nos o que mais aprecia numa mulher

Sex, 06/09/2019 - 6:00

Nasceu na Alemanha, mas rapidamente trocou o frio pelas praias da linha de Cascais. Dave Hacke, o ex-noivo da primeira edição do programa Casados à Primeira Vista, esteve na praia do Guincho, aquele que é o “refúgio” do surfista, de 36 anos. Conhecido por ser o noivo mais zen e que nunca discutia, Dave revelou-nos pormenores da sua vida, desde o surf ao amor, passando por uma rotina muito regrada. A VIP “apanhou a onda” do surfista e descobriu ainda pormenores inéditos da vida em Londres! Dave está novamente solteiro após o fim de uma curta relação com Soraia Araújo, de Quem Quer Namorar com o Agricultor

Revista VIP – Como e quando é que o surf aparece na sua vida? 

Dave Hacke – A primeira vez que fiz surf foi na praia de Carcavelos, num festival que acontecia nos anos 90 que se chamava Ocean Spirits. Quem dava as aulas eram os atletas da competição, tive aulas com eles. Na altura, não havia aulas de surf, mas os atletas australianos, sul-africanos, onde o surf já estava mais desenvolvido, ofereceram-se para dar aulas. Na altura, o contexto de escola de surf não existia em Portugal. Os surfistas ofereceram aulas aos miúdos e eu adorei aquela semana. Adorei por ser surf e adorei por ter uma professora sul-africana supergira (risos).

Foi assim que surgiu a paixão pelo surf?

Surgiu uma paixão, não sei se pela professora, se pelo surf (risos), provavelmente pelos dois. Depois disso não fiz surf durante imenso tempo, mas tinha algumas pranchas de bodyboard e no verão aproveitava para surfar. O surf só surge em full-time, digamos assim, na minha vida depois de eu ter regressado de Londres. Vivi lá quatro anos e já estava mesmo a dar em doido. Já não era eu.

O surf acabou por ser um escape, uma forma de relaxar?

Sim. Eu vinha aos fins de semana para Portugal e surfava. Na altura tinha viagens de avião superbaratas. Eu vivia em Londres e não gostava, estava lá para tentar fazer carreira no fitness, estava a tentar fazer pela vida e construir qualquer coisa profissional, mas tinha uma vida que não gostava. Londres trouxe-me muita coisa ótima: a minha capacidade relacional, as social skills, falar bem inglês, saber o quanto a vida custa, ter uma renda para pagar. Também me fez conhecer muitas pessoas, muitas culturas. Londres é talvez a cidade mais internacional da Europa, e mostrou-me outras perspetivas e obrigou-me a deixar-me de “pequenices”. Mas também havia ali muitas coisas que não me interessava, como viajar uma hora de metro para ir para o trabalho, não ter a possibilidade de ter uma alimentação saudável de uma maneira relativamente barata… É aflitivo. Chegou a haver meses que viajava três fins de semana para Portugal, para estar na praia, para apanhar sol, para estar com os meus amigos e fazer surf. Então pensei que, se é para estar sempre a gastar o meu dinheiro em viagens para Portugal, mais vale ir viver para lá definitivamente.

O surf ajudou-o a tomar a decisão de regressar?

Sim. O surf, a praia e o sol. Mas, por acaso, não voltei logo para Portugal. Quando decidi voltar era inverno e eu meti-me no esqui, na Áustria, que é outra das minhas paixões e outra das minhas ocupações profissionais.

Faz muito dinheiro com o esqui? Consegue juntar no inverno para gastar no verão?

Nunca pensei nisso. Nunca trabalhei seis meses para depois viver desses rendimentos e descansar. Consigo ganhar bastante dinheiro, mas não vivo disso. Aliás, eu trabalho o ano inteiro. É raro o dia que não trabalho. Agora, no verão, tenho uma média de cinco aulas de surf por dia, é cansativo, mas é uma paixão que tenho. Trabalho por gosto. Se não me estivessem a pagar, provavelmente não dava tantas aulas, mas gosto de saber que ganho dinheiro a fazer uma coisa que adoro. 

Como é o Dave no dia-a-dia?

A minha rotina é muito parecida de segunda a domingo. Acordo relativamente cedo, tomo um bom pequeno-almoço, como deve de ser, com muita proteína. Costumo comer frango, às vezes novilho, esta semana também já fiz dourada. O que interessa é vir bem alimentado para a praia. Venho fazer muito esforço, não posso vir só com uma taça de cereais… Depois venho para a praia e gosto de surfar entre uma a uma hora e meia sozinho, antes de começar as aulas. Nesta altura, como disse, estou a dar cinco aulas por dia, portanto, por volta das três horas e meia da tarde estou despachado. A caminho de casa passo no Skate Park, estou a aprender a andar de skate. Quando não vou ao Skate Park, vou ao ginásio ou então pratico boxe. Obviamente que, depois de tanta atividade física, tenho de me deitar cedo.

Quando se inscreveu no Casados à Primeira Vista foi com o intuito de encontrar o amor, não foi?

Sim, foi o principal motivo. Eu estava com vontade de ter uma relação, de estar numa relação. Achei que era uma boa oportunidade e obviamente que a experiência também me incentivou. Não era a única opção para ter uma relação, atenção. Não estava em desespero, mas queria passar pela experiência. Já tive várias relações, coisas assim mais fugazes. Realmente, ainda não encontrei alguém para ter uma relação mais estável, mas também não tinha vontade. Quando não tens vontade, pode vir a melhor pessoa do mundo. Se não estás para aí virado, não dá.

O que é que uma mulher tem de ter para conquistar o Dave?

Não sei bem. É difícil explicar. Eu vou muito pela vibe das pessoas, pelas energias, a interação que existe e a forma como falamos. Isso para mim é o mais importante, mas tudo conta. Claro que haver atração física é fundamental.

A fama acaba por trazer vantagens e desvantagens, e a exposição é uma delas…

Eu acho que na maior parte dos casos só tem vantagens. Às vezes não tenho é paciência para ser figura pública, prefiro estar no meu canto. 

Quanto ao assunto do amor, tem algum tipo de relação com a sua ex-mulher, a Eliana? Ficaram amigos?

Não. Eu no final do programa fiz questão de dizer que gostava de ter uma amizade com ela, havia sentimento de amizade, um carinho. Nós efetivamente tivemos uma relação, no fundo. Nós casámos, vivemos juntos, fizemos vida de casal. Neste formato de programa havia a possibilidade de nos darmos bem, de funcionar e vivermos “felizes para sempre”, mas também havia a possibilidade de isso não acontecer. Todos sabíamos isso de início. E eu achei que, depois de uma experiência assim, mais valia sairmos todos amigos. Eu acho que ela saiu de uma maneira errada. Ela não ficou magoada, mas eu saí magoado com ela pela forma como deu a entender que eu me tinha envolvido com a Ana Águas. Como é que ela consegue provar isso? E o Hugo foi a mesma coisa. Foram os dois chorar para a televisão e para as redes sociais a dizer que tinham sido traídos. Fizeram-se de vítimas para receber apoio e para as pessoas ficarem do lado deles na história. Não gostei da forma como ela deu a entender as coisas, senti-me defraudado. Para mim deixou de fazer sentido querer ter uma amizade com ela. Perdi o interesse.

Ela também já reencontrou o amor…

Mas isso é ótimo. Eu sempre quis que ela fosse feliz e nunca quis ser um impedimento para nada. Aliás, fico contente por ela ter encontrado uma pessoa e por estar feliz. Fico mesmo feliz por ela.

Via-se a apresentar um programa de televisão sobre surf?

Não, não me vejo. Eu estou dentro do mundo do surf mas não me vejo como apresentador de televisão. Não tenho postura para isso. Engasgo-me muito a falar e falo muito baixo. Sei que as pessoas gostam de mim e gostam de me ouvir falar, mas não tenho um discurso fluido, paro muito. Há pessoas que foram feitas para a televisão, eu acho que talvez conseguisse ser ator, mas tinha que estudar muito os guiões e entrar mesmo na personagem. Aliás, quando era mais novo considerava-me uma personagem dos Morangos com Açúcar da vida real! A primeira temporada foi gravada na praia do Guincho e até cheguei a aparecer a surfar, a apanhar uma onda! Reconheci-me logo! Isto para dizer que, como ator, num papel pequeno e específico, aceitava o desafio. Agora apresentador não, nunca quis. Nem me vejo a fazer isso.

Voltaria a participar no Casados à Primeira Vista?

É assim, se voltaria a participar na primeira edição, na qual participei, depois de tudo o que sei? Sem dúvida que sim. Eu já cometi muitas loucuras, mas esta foi de longe a maior e mais louca experiência da minha vida. Trouxe-me coisas positivas e estou mesmo contente com a minha participação. Se participaria na segunda edição que está a decorrer? Efetivamente que não. E se houver terceira também não sei não.

É feliz?

Há um ano, quando me fizeram a entrevista para o casting do Casados à Primeira Vista, fizeram-me a mesma pergunta. Eu disse que sim e hoje digo outra vez. Sou feliz. Estou muito contente com o meu estilo de vida. Tenho uma carreira boa, ganho dinheiro a fazer o que adoro, estou no meu ramo, que é o desporto. E trabalho na praia, onde vou desde miúdo. Foi um dos primeiros sítios onde a minha mãe me trouxe aqui em Portugal. Eu nasci na Alemanha e lembro-me de a minha mãe me trazer aqui com seis anos. Desde então, quis vir para Portugal, sair da Alemanha. Felizmente, as coisas caminharam nessa direção. O meu primeiro trabalho foi nesta praia, como marezinha [no projeto Marés Vivas, do concelho de Cascais], fazia a limpeza da praia. Depois fui nadador-salvador e mais tarde comecei a dar aulas de surf. Este é o meu refúgio. Talvez um dia mais tarde ande por aí a vender bolas-de-berlim ou gelados (risos). 

Texto: Ricardina Batista e Mafalda Mourão; Fotos: José Manuel Marques

Agradecimentos: Moana Surf School

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