Mafalda Matos
“Dá-me prazer trabalhar com a pessoa que mais amo”

 Atriz, produtora, formadora e apresentadora de televisão. Mafalda Matos, de 24 anos, não tem mãos a medir em termos profissionais. Abriu um negócio próprio, a Full Act, na qual dá formação, e é ainda o rosto de Hoje Sou Eu, na TVI Ficção. A atriz namora com o sonoplasta André Almeida, de 25 anos, que usa o pseudónimo artístico Kino, e para quem produziu o videoclip Shine. Mafalda sonha ser mãe um dia.

VIP – Explique-nos um pouco o projeto Full Act?
Mafalda Matos – Nasceu há um ano e sou a pessoa responsável por tudo o que acontece dentro da empresa: faço a logística dos workshops, quem é que dá, faço a promoção… A Full Act tem como premissa ter workshops de muita qualidade e diferentes daqueles que já existem no mercado, há uma vertente muito prática e também de tentar materializar o workshop com alguma coisa. Por exemplo, eu dava um workshop de casting e televisão e, para além das 15 horas de formação, dava-lhes um video book com o qual as pessoas podiam ficar mais autónomas e promover-se a elas próprias.

Como surgiu esta ideia?
Eu dava aulas no Porto e estava com vontade de dar aulas em Lisboa. Decidi ser empreendedora e apostar num negócio meu, no qual eu posso escolher quem são os formadores e eu mesma decidir as minhas datas de formação. Isso dá-me mais autonomia.

Ficámos a conhecê-la por causa do seu trabalho enquanto atriz na televisão. Esta é uma versão diferente da Mafalda.
É. A Mafalda neste momento é atriz, é produtora, formadora e apresentadora de televisão.
Isso significa que gosta de muitas áreas ou que só se sente realizada a fazer muita coisa?
Eu gosto muito de representar, essa é a minha base, mas gosto muito de ajudar os outros a evoluir dentro das minhas competências artísticas que tenho conhecimento. Dentro do teatro também há um pouco de psicodrama ou de desenvolvimento pessoal, porque estamos a trabalhar emoções e tudo o que acarreta emoções me interessa. Mas também gosto da parte de art direction.

Falou em emoções. É uma pessoa muito emocional?
Não. Às vezes sim, às vezes não. Sou de tudo, mas espero sempre conseguir racionalizar algumas emoções. Como atriz tenho de ter isso doseado e saber onde aplicar, mas adoro trabalhar com isso e às vezes soltar-me e deixar as coisas correr. Neste campo da mulher empresária e que dá formação estou com isso bastante cortado, mas não sou de todo uma pessoa fria. Bem pelo contrário, estou sempre a sorrir, gosto de receber bem as pessoas e criar bons laços de amizade com quem trabalho.

Apresenta Hoje Sou Eu, da TVI Ficção. Como está a correr a estreia como apresentadora?
Muito bem. A única coisa que às vezes me falha é a questão de ver mal e vou ter de começar a usar lentes, porque ler um teleponto é complicado. Tem sido um desafio muito interessante, porque aqui não estou a “vestir” nenhuma personagem, sou eu. Temos de passar a mensagem ao telespectador de modo a ser percetível, dando tom às palavras quase como um pivô de telejornal, mas não tão marcado. .

Foi “beber” inspiração em alguma apresentadora?
É muito fácil gostar da maneira como a Catarina Furtado apresenta certos programas, é muito solta, não há nervosismos ou não se nota uma construção de uma apresentadora que decidiu o que é que ia fazer. É muito solta e natural. Foi através do trabalho dela que eu me inspirei para fazer o meu; ela já apresenta há muitos anos.

Esteve no estrangeiro a estudar. Imagino que tenha sido uma experiência para a vida.
Sim. Acho que é muito importante e qualquer pessoa que esteja nas artes tem mesmo de sair do País. É essencial, não só pela experiência de vida, é enriquecedor e estamos num país onde não falamos a nossa língua, se alguma coisa nos acontecer estamos a quilómetros de casa. Dá-nos uma capacidade muito grande de nos “safar” e os portugueses têm muito isso. Então na língua e no sotaque apanhamos logo, ninguém diz que somos portugueses.

Então foi fácil para si estar lá.
Foi fácil e difícil. Tive momentos muito altos, mas também… Londres é cinzento, eu adoro sol, o quente, comer bem, adoro família e Londres é muito frio, calculista e racional. Quando cheguei de Londres estava muito rápida de pensamento, estava mesmo business woman. Foi ótimo. Ao ser apresentada à Debbie McWilliams, uma diretora de casting muito importante, através dela fiz o meu primeiro casting internacional para Bond Girl, aos 19 anos, e é um orgulho.

Isso seria um sonho tornado realidade?
Um dos meus sonhos é poder internacionalizar mais a minha carreira. Tenho um agente em Nova Iorque e desejaria poder ir mais vezes a castings lá fora. Eu recebo-os, mas eu não posso ir a Nova Iorque fazer um casting e voltar, não tenho esse poder financeiro.

Trabalhou com o seu namorado na realização de um videoclip. É fácil trabalhar com ele?
É ótimo. Nós não trabalhamos sempre juntos, ele trabalha numa pós-produtora de som e eu tenho a minha vida como atriz. Cruzamo-nos em projetos comuns. Damo-nos muito bem, por mim trabalhávamos sempre juntos.

Gostavam de ter um projeto juntos?
Estamos a fazer uma curta-metragem e estamos à procura dos atores. Vai ser a primeira vez que vamos os dois realizar e fazer o argumento e estou com muita vontade de concretizar.

Com tantos projetos, trabalhar com ele deve ser também uma forma de vê-lo mais.
Dá-me muito prazer trabalhar com a pessoa que mais amo, é muito gratificante e no videoclip foi também a primeira vez que produzi. Correu bem, não somos maus um para o outro quando estamos a trabalhar, isso é muito importante.

Ele deve ser o seu maior fã. Também é muito crítico com o seu trabalho?
Ele gosta muito de cinema e aprecia o meu trabalho. A última vez que viu o meu trabalho foi na Maternidade em que estava a dar à luz e ele gostou imenso de me ver.

Ficou com vontade de ter filhos ou a experiência foi assustadora?
Eu quero passar por isso. E se for mesmo ao natural, sem epidural, ainda melhor. Não queria que houvesse influência de uma anestesia, porque o bebé ainda está ligado pelo cordão umbilical. O parto dentro de água seria perfeito. Terei muito prazer em ser mãe, é um dos meus grandes objetivos enquanto mulher. Mas não sei quando.

Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Paulo Lopes; Produção: Elisabete Guerreiro; Cabelo e maquilhagem: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel

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