Odete Ribeiro foi uma das convidadas de Cristina Ferreira no programa da manhã, da SIC, esta segunda-feira, 25 de novembro. A sua história de vida não deixou ninguém indiferente
Seg, 25/11/2019 - 17:10
Cristina Ferreira disse: «Hoje vamos ser a família da nossa convidada.» E assim foi. Odete Ribeiro esteve na manhã desta segunda-feira, 25 de novembro n’ O Programa da Cristina, na SIC, e emocionou a apresentadora e os telespectadores.
Viúva desde os 39 anos, após o marido ter morrido num acidente de trator, Odete perdeu ainda os dois filhos, Lila e Pedro. «O mundo desabou», disse.
A filha sofria de distrofia miotónica, uma doença genética crónica que afeta os músculos. «Os médicos disseram que não tinha cura e que cada vez ia ficar pior. E foi». «Ficou sem oxigénio» e morreu no Hospital, em Coimbra. «No dia que fez 31 anos que o meu marido morreu, sepultei a minha filha.»
Pouco tempo depois, Pedro, o filho mais novo, que tinha a mesma doença que a irmã, morreu num incêndio em Oliveira de Hospital, em outubro de 2017. «O meu filhinho é que me dava forças.» «O fogo já estava na estrada (…) Quando vi o meu filhinho voltar para trás pus-me a gritar: ‘Oh Pedro, Oh Pedro’. Ele coitadinho voltou para trás, andou 100 metros, o carro ficou logo ali. Ele ainda saiu do carro. Um vizinho chegou ao pé de mim e disse-me: ‘os meus sentimentos’. Eu caí ali», contou.
«Tenho muitas saudades. Eram a luz dos meus olhos os meus filhos. Não tenho netos, não tenho ninguém. Os filhos é que devem fazer os funerais aos pais, não são os pais aos filhos. Eu fiz os funerais dos dois filhos», partilhou. «Costumo dizer que para mim a morte não existe. Os meus filhos só partiram antes de mim.»
Sobre o seu dia a dia, Odete refere que a sua «distração é pegar no carro e ir para o cemitério.» «É lá que tenho os meus filhinhos, os meus pais, tenho lá o meu marido e o meu sogro (…) é um sítio onde me sinto bem. Entro lá dentro e sinto ali uma paz porque tenho lá o meu sangue. Estou ali, rezo e cuido das flores.»
«A vida faz sentido?», questionou Cristina Ferreira. «Não. Para mim a vida mudou a 100%. Não há Natal, não há nada.» «A minha nora é que me dá um bocadinho de aconchego. Ela chama-me mãe», disse, com os olhos brilhantes.
Texto: Joana Dantas Rebelo, Fotos: Redes Sociais
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