Cristina Ferreira
A base do sucesso: Ditados populares, família, amor próprio e superstições

Nacional

Chegou o grande dia para Cristina Ferreira. A apresentadora inicia oficialmente funções na TVI

Ter, 01/09/2020 - 8:10

Cristina Ferreira assume as funções de diretora de Entretenimento e Ficção na TVI esta terça-feira, 1 de setembro, mas para chegar até aqui há um conjunto de permissas que a acompanham desde o início da carreira. 

É na sabedoria popular que Cristina Ferreira encontra algumas máximas de vida que segue religiosamente e que a ajudaram a chegar ao topo da carreira no mundo da televisão. A apresentadora, que nasceu num meio humilde, numa aldeia da Malveira, e que cresceu na feira da terra a ajudar a família, encontrou na «caixinha mágica» o caminho para o sucesso.

Cristina Ferreira começou por baixo, aos 26 anos, como repórter da TVI. Conta que o seu primeiro salário foram 500 euros. Mas, aos 42 anos, conquistou um lugar no topo e está de regresso à TVI como diretora de entretenimento e futura acionista e administradora da Media Capital. 

Por detrás de tantas conquistas da mulher que já por três vezes foi considerada a mais influente do País, está muito trabalho e determinação.

Cristina Ferreira não é mulher de baixar os braços. Diz que gosta de lutar pelos seus objetivos. Afinal, durante «toda a vida» escutou o pai repetir um ditado popular sofre esforço e recompensa: «Madruga e verás. Trabalha e terás».

A nova diretora de Ficção e entretenimento da TVI levanta-se cedo todos os dias para trabalhar. Quando apresentava O Programa da Cristina, na SIC, o despertador tocava todos os dias às 6h13 da manhã e só regressava a casa pelas 19 horas, após cerca de 12 horas de trabalho.  Ao fim de semana, também não é mulher de ficar a dormir até mais tarde, e levanta-se à mesma hora para aproveitar bem o dia.  Afinal, Cristina Ferreira é adepta de mais um ditado popular, sobre determinação: «Quem muito dorme, pouco aprende. Sempre ouvi dizer».

«Foco. Resistência. Paciência.»

Quando foi reconhecida, pela Marktest, como a mulher com mais notoriedade espontânea aos olhos do público, Cristina fez, no blogue Daily Cristina, um balanço do seu percurso de vida. «Tenho 42 anos. Mais de metade da minha vida já foi a trabalhar. Nem sempre na televisão. Levo anos atrás de um balcão, dois dentro de uma sala de aula e, por fim, quase dezassete de caixinha mágica. Cresci a perceber que era do trabalho que vinha tudo, bastava juntar uma pitada de vontade e paixão. Numa vida feita de alguns acasos felizes foi o agarrar de cada uma das oportunidades que me fez chegar aqui hoje. Tive sempre a certeza do meu caminho e nunca resisti a mudanças.»

«Não foi tranquilo, não foi de um dia para o outro, não foi sorte, foi trabalho. Foco. Resistência. Paciência. Um dia após o outro. Tudo foram escolhas minhas, raramente muito pensadas. Se há capacidade que tenho é de decisão», diz.

«Vivo exposta a um escrutínio e julgamento diário. Do público, da imprensa, dos outros. Dos que me conhecem e dos que acham que conhecem. Dos que me veem todos os dias, dos que nunca me viram, dos que espreitam. E todos os dias chego a casa de consciência completamente tranquila. Mesmo no erro.»

«Nunca fui de ficar pelo que já tenho, continuo a trabalhar. Em mim e no que faço», refere ainda. 

Família e Amor próprio

Mas, o sucesso de Cristina Ferreira tem por base também outro ingrediente: amor próprio. Cristina nunca teve vergonha de assumir quem é, nem necessidade de esconder as origens.

«No dia em que aprenderes a gostar de ti, a saberes que és a pessoa mais importante da tua vida, ninguém mais te vai destruir. Sorri», explicou, em tempos, a «senhora televisão». 

Mulher de raízes, mulher de família. Assim é Cristina Ferreira que é acompanhada por um núcleo duro, bastante restrito. O pai é uma peça chave na sua vida e a primeira pessoa a quem liga quando acontece alguma coisa. «Na vida só interessam as pessoas. As boas. As nossas», considera.

É na Malveira, junto da família, que Cristina Ferreira se sente segura. «É este regresso todos os dias ao local de onde parti que me faz estar segura de mim», disse, em entrevista à Visão, explicando porque sempre resguardou «os seus». «Quero protegê-los e quero que continuem a ser só meus. E, até hoje, ninguém viu um pormenor da minha casa ou da minha mãe numa rede social. Aquilo que é meu é realmente meu».

«Quem entra e se torna meu raramente sai, fica para a vida. Seja isso numa equipa ou na família ou amigos. Não tenho amigos da televisão, tenho conhecidos da televisão. Só considero amigas algumas poucas pessoas da minha equipa que trabalham comigo há anos. Tenho alguns em quem confio, de quem gosto muito, mas não entraram na minha casa. Não sabem os meus segredos e as minhas fragilidades, não choro com eles. E nem preciso sequer de falar todos os dias, sei que os meus estão e estarão lá sempre», explicou à mesma publicação. 

Mulher de superstições

Além dos provérbios e ditados populares, Cristina Ferreira liga muito a números e superstições. Não é por acaso que acorda todos os dias as 6h13 da manhã. O 13 e o número 7 são os «dois números da sorte» da apresentadora. «Há coisas simbólicas, eu ligo a pormenores.»

Desde que 2019, ano de viragem profissional com a estreia na SIC, que usa um acessório contra o mau olhado: uma pulseira com um olho turco. Acredita-se que evita a inveja e o ódio. 

Cristina Ferreira também não é mulher de medos, muito menos do futuro. Já em 2016 falava, à Visão, ter a certeza que se um dia a televisão falhasse, nunca baixaria os braços.

«Se isto acabar, tenho plano A, B, C, D, está tudo planeado dentro do que não é planeável. Serei outra coisa qualquer. Costumo dizer que posso ser empregada de um café e passados três anos sou dona dele, não tenho dúvidas disso».  

Texto: Ricardina Batista, Fotos: redes sociais

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