Os médicos e enfermeiros portugueses que estão na linha da frente da luta contra a pandemia do novo coronavírus vivem dias difíceis, em que desafiam o cansaço, mas não baixam os braços e continuam empenhados na sua missão que é salvar vidas.
A VIP conversou com um enfermeiro dos cuidados intensivos do Hospital de Santo António do Porto. Ricardo Vieira Tavares deixou uma mensagem aos portugueses sobre a importância de cumprir as regras da quarentena para evitar o aumento de infetados e consecutivamente sobrecarregar ainda mais os profissionais de saúde e os hospitais. “Só precisamos da vossa ajuda nesta causa para que, todos juntos, sejamos vencedores”, disse, em declarações à nossa revista, apelando aos portugueses que “fiquem em casa acima de tudo”. “Se tiverem de sair sempre com máscara e distanciamento social”.
“As ajudas em termos de proteção nunca são de mais”
Com o aumento de casos positivos, está também a aumentar o número de pessoas que precisam de cuidados intensivos. Ricardo Vieira Tavares conta à VIP que o trabalho está a “apertar”, mas garante que ainda não têm falta de material essencial no serviço onde trabalha. “Para já não nos podemos queixar tanto a nível de material como de ajudas externas, mas as ajudas em termos de proteção nunca são de mais porque vão começar a escassear ”.
O enfermeiro conta que celebra com felicidades todos os casos de doentes recuperados, nomeadamente aquele que foi o primeiro doente em Portugal com covid-19 a ser extubado, deixando de usar ventilador e passando a respirar sem ajuda. “O que alimenta a nossa força e dedicação é precisamente saber que podemos salvar alguém, não só agora mas como sempre nos cuidados intensivos. Para qualquer profissional de saúde de cuidados intensivos a maior alegria que se pode alcançar é ver um doente recuperado”, refere.
“Não queiram vir viver isto de perto porque não é fácil”
A última foto que este enfermeiro partilhou nas redes sociais tornou-se viral e está a ser amplamente partilhada. Ricardo mostra o cansaço ao fim de muitas horas de luta para salvar vidas nos cuidados intensivos do Hospital de Santa António, mas destaca o sentimento de missão cumprida.
“Depois de mais uma noite de trabalho chego a casa com as marcas de uma máscara, com a única vontade de me deitar na minha cama e dormir. Sinto-me cansado e hoje quebrei um pouco, mas antes quebrar que torcer. Cansado sim, exausto sim mas desistir e atirar a toalha ao chão nunca. Acima de tudo o sentimento de dever cumprido em mais um turno de trabalho. Assim como eu, na UCIP, assim como todos os profissionais de saúde no nosso País, continuaremos a dar o litro. Quando escolhemos a nossa profissão sabíamos o que estávamos a abraçar e esta será mais uma batalha que venceremos. Apenas estamos a fazer aquilo que escolhemos e amamos. A todos vocês o meu muito obrigado por nos estarem a ajudar. Não queiram vir viver isto de perto porque não é fácil. Com a vossa ajuda tudo vai ficar bem!”, escreveu no Instagram.
Texto: Ricardina Batista; Fotos: Reprodução redes sociais
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