Carlos Do Carmo
Coração prega mais um susto

O coração de Carlos do Carmo já lhe tem pregado alguns sustos, obrigando o conceituado fadista a intervenções cirúrgicas delicadas. Todavia, sem nunca perder a alegria que lhe é peculiar e o amor pela vida, citando frequentemente uma frase de Tony Bennett, um cantor que muito adora: “Life is a gift” (A vida é um dom).

 

Agora, mais uma vez, Carlos do Carmo teve de se submeter a uma intervenção cirúrgica para resolver um aneurisma da aorta, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, o que, segundo o filho, Gil do Carmo, “correu muito bem, acima das expectativas e, agora, encontra-se em casa a recuperar”. Todavia, fonte da revista VIP no Hospital de Santa Maria contradiz o filho do fadista, revelando que, depois de ter tido alta, Carlos do Carmo voltou para a unidade hospitalar, onde ainda se encontrava hospitalizado à hora do fecho desta edição. Na origem deste internamento estariam complicações pós-operatórias.

 

Carlos do Carmo completou no passado dia 21 de dezembro o seu 75.º aniversário, dia em que decorreu a antestreia, em Lisboa, de Carlos do Carmo – Um Homem no Mundo, de Ivan Dias, um documentário sobre o artista e a sua carreira.

 

O documentário, que acabou por ter a sua estreia adiada, por questões relacionadas com os direitos de autor de algumas das músicas interpretadas, foi realizado para ser exibido no ano em que Carlos do Carmo celebrou meio século no fado, conquistou um Grammy Latino de Carreira e foi considerado a Personalidade do Ano pela Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal.

Presença obrigatória no documentário e na vida de Carlos do Carmo é a mulher, Maria Judite, o grande amor da sua vida, como o fadista está permanentemente a recordar. Numa das últimas entrevistas que concedeu, a Clara Ferreira Alves, não deixa de relembrar quando esteve internado em Houston, para a segunda intervenção cirúrgica à aorta: “Os médicos americanos, e você sabe como são, duros, puseram nos relatórios deles: ‘Esta mulher nunca pode estar longe deste homem.’ Estava eu completamente sedado.”   

 

Texto: Luís Peniche; Foto: Impala