Num longo desabafo publicado nas redes sociais, Conceição Queiroz expõe os vários “ataques racistas” de que é alvo. Segundo a jornalista da TVI, os comentários descriminatórios são “diários”. “Todos os dias lido frontalmente com uma história imunda”, afiançou numa mensagem públicada na sua página de Instagram, esta quinta-feira, 7 de janeiro.
Na missiva, a pivô começa por relatar o teor de algumas mensagens que recebe. “Dizem de tudo. Que me prostituí para chegar onde estou, (mulher africana é burra. Tem de dormir com alguém para subir na vida), que não entendem como me dão trabalho que é só para brancos, ordenam que me vá embora, ligam para o meu local de trabalho a pedir que seja afastada, (atendi uma dessas chamadas), dizem ‘sua preta tiras o lugar aos portugueses’, ‘devias ser violada’, ‘tens essa boa disposição irritante, andas na coca’… Todos os dias lido frontalmente com uma história imunda.”
Apesar dos ataques que lhe são diretamente dirigidos, Conceição Queiroz assume que a sua “preocupação” está em quem sofre da mesmo tipo de descriminação, mas “não se defende”. “Mas isso sou eu, com espírito aguerrido e os antepassados a protegerem. Enfrento-os. A minha preocupação são os outros (igualmente destratados) sem a estrutura que me acompanha. É por isso que não deixo de lutar. Em plena pandemia desejarem-nos a morte. É patológico, mas também maquiavélico. Peço aos agressores que continuem a atacar-me, mas abandonem quem (ainda) não se defende e fica com cicatrizes para o resto da vida. Há quem esteja a comprimidos e em depressão por causa desta clara forma de terrorismo”, explicou.
Em jeito de remate, o rosto da informação da estação de Queluz de Baixo pede à “comunidade” que invista “na formação”. “Não baixem a cabeça, não aceitem o desrespeito. Não sejam violentos, mas afirmativos”, declarou a jornalista que aproveitou a mensagem para agradecer ainda “aos brancos” que não defendem o racismo. “Não se esqueçam do vosso valor. Não se esqueçam também que não desisto de nós!”, concluiu.
Texto: Alexandre Oliveira Vaz; Fotos: Redes Sociais e Arquivo Impal
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