Cláudio Ramos só aceitou o convite da TVI para conduzir o “Big Brother 2020” após conversas com uma estrela da televisão espanhola. Este facto é revelado pelo próprio apresentador mais de um ano depois de ter trocado a SIC pela estação rival, tendo-se rapidamente tornado numa das suas principais estrelas.
Questionado sobre se consegue ter noção da importância que o reality show em questão teve para ele, a TVI e o próprio país, na altura confinado por causa da pandemia da COVID-19, Cláudio Ramos não hesita. “Consigo e, se não conseguisse, todos os dias me lembravam. Todos os dias recebo cartas de pessoas… Uma senhora de 60 e alguns anos do Linhó dizia que via os ‘Diários’ durante a semana e ao fim de semana com o neto e faziam apostas sobre a cor do meu fato. Depois, foi ali que a senhora começou a ouvir falar de algumas coisas e que se foram desenvolvendo. Isto, para mim, é altamente gratificante”, defende.
Com a noção de que “não é o Cláudio que era antes de fazer o ‘BB2020′”, “em tudo”, o apresentador justifica esta afirmação na entrevista à MAGG. “Eu fazia sempre day time, não tinha o peso da responsabilidade de trabalhar para uma massa gigante. Eu não conhecia bem o público da noite, nunca tinha feito. E tens ainda mais responsabilidade, porque não és só apresentador. Tens obrigatoriamente de tomar uma posição. Eu nunca quis ser só um papagaio e tive de tomar algumas posições”, recorda.
O seu primeiro reality show foi, então, “muito desafiante”. Mas não apenas por isso. “Pelas condições em que foi feito, pelo casting, que era brutal. Não sei se algum dia se vai repetir. As causas que todos, de forma voluntária e involuntária, levaram para dentro da casa e a discussão que trouxe. Também estávamos todos com a pele muito fina porque estávamos em confinamento e o ‘BB2020’ acabou por ser um escape.”
“Tive reuniões com o maior apresentador de realities em Espanha”
Cláudio Ramos salvaguarda: “Não que eu não tivesse a noção da responsabilidade do apresentador mas, ali, para um milhão de pessoas, é muito importante dizeres ‘atenção, não se brinca com o corpo de ninguém, porque as pessoas podem ser mais gordas ou mais magras. Não é isso que conta’. De manhã, faço isso mas, ao mesmo tempo, faço uma graça sobre outra coisa qualquer. O peso da responsabilidade do apresentador é ali.”
“Ninguém ensinou isso” ao apresentador. E é então que surge a revelação. “Eu aprendi em Espanha com um grande apresentador, que é meu amigo, o Jorge Javier [Vázquez], o maior apresentador de realities em Espanha. Tive reuniões com ele, aconselhei-me com ele sobre se aceitaria ou não”, assume agora.
Cláudio Ramos revela a resposta do amigo. “Ele foi muito claro: ‘Só vale a pena fazeres este programa se perceberes que vais ser atacado de um lado e de outro. Mas não podes ter medo e tens de ter a tua opinião. Só te vão levar a sério se tu tiveres a tua opinião’.”
Cláudio Ramos: “Tive um apoio muito grande de A Pipoca Mais Doce”
Mas este não foi o único suporte da estrela da TVI. “Tive um apoio muito grande d’A Pipoca [Mais Doce]. Foi muito importante tê-la ali, porque a Pipoca, às vezes, trazia para cima da mesa coisas que eu não poderia levar”, assume agora o comunicador.
“Eu percebi que o ‘BB2020’ foi muito importante e que, como aquele, não sei se existirá outro. Vem aí outro, não sei como será, não faço a mínima ideia. Mas uma coisa é certa. Aquele marcou – e muito – e percebeu-se que reality não é só aquilo que as pessoas tinham na cabeça. Pode ser também isto. Teve sucesso, funcionou e a estação gostou e eu amei. E correu tudo bem”, acrescenta Cláudio Ramos.
“Gostava de fazer o próximo ‘BB’, mas também não ficava triste se não o fizesse”
E, já que fala na próxima edição do “Big Brother”, que a TVI estreará daqui a apenas um mês, o apresentador esclarece se vai ou não continuar na apresentação do reality show. Esclarece, pelo menos, com aquilo que sabe… “Não faço a mínima ideia”, atira, garantindo “não saber nada” sobre o assunto até ao dia em que deu aquela entrevista.
“Ainda ninguém chegou ao pé de mim e disse ‘Cláudio, vamos falar de ‘Big Brother’?’. Ninguém me disse nada. Lembro-me, porque vejo a promoção, mas não estou nem pensando que vai haver um ‘Big Brother’. Não lhe vou dizer que não vou ser eu ou não, mas ninguém tem de me pedir autorização”, responde.
Mas gostava? “Depende”, hesita Cláudio Ramos, explicando que o “Big Brother” “é um formato puxado”. “Gostar, gostava, mas também não ficava triste se não o fizesse. Eu fiz um segundo e não imaginava que o fosse fazer”, remata, referindo-se ao “Big Brother – Duplo Impacto”, que conduziu em dupla com Teresa Guilherme.
Texto: Dúlio Silva; Fotos: reprodução redes sociais
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