Cláudio Ramos
Em entrevista à VIP: «Não gasto tempo com o que não vale a pena»

Nacional

Cláudio Ramos abre o coração à revista VIP e não deixa nada por dizer

Sex, 29/11/2019 - 10:20

Cláudio Ramos vive o seu melhor ano profissional. Em entrevista à VIP a propósito do 46.º aniversário, o apresentador da SIC falou da sua parceria com Cristina Ferreira, do namorado (ainda que pouco) e negou uma alegada saída para a TVI, algo que foi sendo noticiado nos últimos tempos. 

«Não é verdade! Eu estou ao serviço da SIC, estou ao lado da Cristina e estou muito satisfeito com este desafio.»

VIP – Como celebrou o seu 46.º aniversário e com quem?
Cláudio Ramos – Celebrei cheio de gente boa à minha volta e no silêncio de que gosto… parece estranho, né? Fui trabalhar, estive com amigos, fui jantar ao Alentejo, voltei para dar um beijo aos meus colegas do Passadeira e fui descansar. Gosto de tirar este dia também para fazer as minhas reflexões. Na verdade, gosto de passar o aniversário comigo.

Qual seria o melhor presente que poderia ter recebido? 
Sei que vocês não acreditam, mas eu não desejo nada material. Nunca o fiz. Eu trabalho para ter o meu conforto e isso consigo. Sou mesmo daquelas pessoas chatas que raramente fica satisfeita com um presente… Este ano, a Leonor [a filha] deu-me um quadro de pensamentos, que achei original e bastante útil. Percebi neste gesto que ela me conhece bem. Se na verdade pudesse escolher um presente, seria um cheque de 100 anos de vida saudável.

Gosta de celebrar o seu aniversário ou prefere viver o dia de forma recatada?
Prefiro de forma recatada. Acho mesmo que o dia deve ser de reflexão interior. É a data mais importante do meu calendário. As pessoas à volta, as festas, o barulho, confunde-nos e nem sequer nos deixa sossegar o que sentimos… para mim é cada vez mais urgente estar sozinho. Estou cada vez mais seletivo e com prioridades muito definidas e, definitivamente, o barulho e a confusão gratuita não fazem parte da minha lista.

O que o Cláudio de 46 anos diria ao Cláudio de 26? E ao Cláudio de 36?
Que faria tudo igual. Tudo! Porque, apesar de ser uma frase feita, acho mesmo que somos hoje fruto de tudo o que fizemos lá atrás. Claro que se aos 26 anos soubesse que o caminho ia complicar-se tanto, tinha cautelas que não tive, e assim, aos 36, a alma estava preparada para muitas arrelias… mas depois, aos 46, tinha a vida, mas não a história que faz parte dela e de que gosto muito. Tenho andado a ler coisas minhas antigas e cada vez que passo uma página sinto-mo orgulhoso e satisfeito com o caminho e as escolhas.

O seu namorado fez-lhe uma grande declaração pública em forma de poema. Como reagiu às suas palavras? Que significado tiveram para si?
O Diogo em momento algum fala de mim ou escreve o meu nome. A Imprensa partiu desse princípio e é legítimo que faça, porque eu faria o mesmo. O Diogo é um artista com alma de artista e tudo lhe é permitido, mas ele já foi publicamente claro ao dizer que prefere viver este momento na discrição da sua vida e para isso é preciso que eu respeite a sua decisão. Eu tenho uma maior exposição. É minha obrigação respeitar a sua vontade e guardar para nós o que se passa connosco.

Também Cristina Ferreira fez questão de o “homenagear” de forma pública. Sente-se um irmão para a vida da apresentadora?
Seguramente! Aliás, já lhe disse e escrevi. Acho que os dois já tínhamos estado em outras vidas, porque entendemos o mesmo da mesma maneira. Não nego que fico feliz e muito satisfeito quando vejo estas manifestações públicas, que as tem também em privado comigo, mas não é isto que me fará abrandar a minha capacidade de fazer cada vez melhor, para que cada vez resultemos melhor entre nós e para o espectador. A Cristina, tal como lhe disse, é muito generosa, e se o meu papel no programa funciona bem, funciona porque ela permite que assim seja. Não é fácil dividir palco e dar espaço. Não há como pagar isso… só com empenho e dedicação profissional. E gratidão, claro. Sou muito grato por esta oportunidade!

Chegou a ser escrito em alguns meios que, nessa declaração, ela deixaria em aberto uma saída futura do Cláudio da sua vizinhança. Irá, dentro em breve, mudar de bairro?
O que a Cristina disse foi reflexo do que a Imprensa tem escrito, que eu mudaria de canal ou existiriam contactos nesse sentido. Mas eu não gosto de alimentar essas coisas. Não é verdade! Eu estou ao serviço da SIC, estou ao lado da Cristina e estou muito satisfeito com este desafio. Tudo o que se disse e escreveu não é verdade. Eu já desmenti de manhã.

 Que sonhos pessoais e profissionais ainda lhe restam?
Eu gosto de conversar. De entreter. Tudo o que venha nesse sentido é bem-vindo. Porque eu gosto de fazer televisão a sério. Profissionalmente, este ano foi muito bom. Pessoalmente, também estou bem. É muito bom chegar aqui e poder dizer: estou bem! Estou no bom caminho.

Se no aniversário lhe dessem a hipótese de realizar qualquer desejo, qual seria?
Como se vê, eu acho que seria ingrato pedir alguma coisa. Há sempre sonhos e objetivos, mas esses guardo-os para mim. Fui aprendendo com o tempo a guardar mais. Com saúde e trabalho, vamos gerindo o resto. Sem isso é que tudo se complica!

Que mudanças lhe trouxe a idade?
A certeza de que não somos eternos, de que tudo tem um fim. Que é muito melhor saber ouvir que falar só porque sim. Ensinou-me a dizer não, uma coisa que durante muito tempo não conseguia dizer. A tirar o que não presta do meu caminho, a ser mais seletivo, mais sereno, mais apaziguador. A idade trouxe-me o enorme desafio de me conhecer cada dia melhor, de saber exatamente qual é o meu papel no Mundo, a minha missão, e a organizar prioridades. O tempo é precioso… não o gasto com o que não vale a pena, mas a maioria das pessoas não entende que uma hora em silêncio vale ouro. Aprende-se com a idade!

Tornou-se mais vaidoso?
Sou, já o disse muitas vezes, menos vaidoso do que se pensa. Tenho a obrigação de estar bem, porque trabalho com a imagem, mas tenho a certeza que se não fosse isso, não tinha tanta inquietação. A idade traz a preocupação básica de perceber que o nosso corpo muda, as hormonas mudam e nada é depois dos 45 como era antes disso. Encontrar o equilíbrio é fundamental. Eu quero gostar de me ver ao espelho.

Que balanço faz deste ano e de toda a sua evolução profissional?
 O mais positivo possível. Estamos a preparar um projeto que me tem obrigado a viajar pelo meu passado, recuar uns 30 anos… e aí percebo o que consegui, o que conquistei e o que superei. Por isso lhe digo, estou bem, mas porque fiz por isso. Não fiquei sentado à espera que me fossem buscar a casa. Sou fruto do meu trabalho. 

Texto: Tiago Miguel Simões; Fotos: BBraune no Porto e online; Impala  

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