César Mourão não poderia estar mais satisfeito com o trabalho que fez em “Esperança”, a nova série da plataforma OPTO, da SIC. A VIP esteve o evento de apresentação onde o ator, protagonista da trama, fala sobre o enorme desafio que foi vestir a pele de Esperança, uma idosa de 80 anos.
“Isto começa numa peça de teatro escrita por mim e pelo Frederico Pombares. Sentimos logo que aquela personagem podia ter vida para além do teatro. Mas era uma outra Esperança…”, começa por explicar.
“A OPTO é uma possibilidade de termos todos mais trabalho, de apresentarmos outras ideias. Tive a sorte de juntar o Pedro Varela (argumentista e realizador) e o Miguel Araújo (músico), para além de todo o resto do elenco. Torna-se tudo mais fácil”, constata. “Num almoço, eu e o Varela delineamos tudo na nossa cabeça, só faltava o Daniel Oliveira achar graça e dizer sim. A mesma coisa com o Miguel. Estávamos de férias no Algarve, disse-lhe isto antes de almoço e depois de almoço ele pega na guitarra e toca a música do genérico. Foi imediato. Essa ficou a música, não mexemos mais. Falei-lhe em duas ou três músicas e ele fez nove”, diz.
Ao contrário da maioria das série, Esperança conta com um elenco ‘desconhecido’ dos portugueses. “A ideia já era não termos ninguém no elenco muito conhecido, sem querer o Daniel teve a mesma ideia. Juntou-se o útil ao agradável. É uma surpresa e uma lufada de ar fresco. De repente estávamos a fazer uma série de televisão com tanto conteúdo!”
Daniel Oliveira desdobra-se em elogios a César Mourão
Daniel Oliveira, diretor de programas da SIC, não poderia estar mais orgulhoso deste projeto e não poupou elogios a César Mourão.
“É uma das grandes apostas da SIC e da OPTO para este arranque de projeto. É uma série absolutamente diferenciadora daquilo que já vimos na televisão portuguesa. Deu oportunidade ao César Mourão, que é é um dos talentos de sempre do humor português, de se superar. A riqueza de detalhes que podemos ver na interpretação do César escapa a um primeiro visionamento, já vi três vezes só primeiro episódio e descobrimos sempre novas coisas nessa interpretação. Estamos muito satisfeitos com este resultado, a estreia será este sábado no canal generalista e também na OPTO. Na OPTO disponibilizaremos um primeiro episódio, e assim será regulamente. É uma série de particularidades”, explica.
“Muitas vezes, ao ver esta série, esquecemo-nos que está ali o César Mourão. Acreditamos que aquela Esperança vai aparecer nas nossas vidas, a qualquer momento e em qualquer rua por onde andemos. Há aqui um conjunto de elementos de portugalidade de qualidade estética, cénica visual que colocam esta série num patamar diferente do que aquilo que temos visto em Portugal e que copara com os melhores mercados de todo o mundo. Os meus parabéns ao César pelo arrojo”, conclui.
Transformação demorou três horas diárias
Fito Dellibarda é um caracterizador argentino que vive em Madrid há vários anos. César Mourão e a equipa explica como chegaram até ele. “Enviamos um e-mail na certeza que ele ia dizer um não redondo. Disse-nos que adorou o conceito e a ideia e conseguiu chegar aos nossos valores”, diz.
“Para chegar até aqui demora três horas de caracterização todos os dias. Mais uma hora para desmaquilhar. Tinha de estar três horas antes da equipa inteira. Terminava de caracterizar e estava cansadíssimo”, confessa.
César Mourão revela ainda que Esperança “é uma homenagem à terceira idade e às nossas mulheres. Como os idosos são esquecidos”. “Todos nós vamos ver alguém que nos é querido nesta Esperança. É um trabalho de todos, só tive facilidade de dizer as pessoas que lá estavam.”
A construção da personagem
Para construir a personagem Esperança, César Mourão garante: “É uma personagem que já está tudo em mim. Não tenho um bloco de notas com apontamentos sobre senhoras de 80 e tal anos. Fui colecionando esses dizeres e tiques, como é que uma pessoa desta idade reagiria a esta determinada situação. Ela vem do teatro, foi transportá-la para a televisão.”
O que têm em comum César e Esperança?
César Mourão reconhece em Esperança alguns traços da sua personalidade. “Os locais todos onde a Esperança está foi onde eu estudei e me formei. Tudo sem querer. A Esperança tem de mim o ser camaleónico. Ela tem essa forma de estar. A energia dela também é um bocadinho a minha. As opiniões são um bocadinho as minhas. Há aqui muita coincidência”, remata.