Catarina Manique esteve à conversa com Júlia Pinheiro sobre os momentos mais difíceis da sua vida. A entrevista foi emitida na tarde desta sexta-feira, dia 10 de julho, no programa Júlia.
Depois de contar todo o processo doloroso do tratamento da leucemia mielóide crónica, a participante da experiência social Quem Quer Namorar com o Agricultor?, da SIC, falou sobre o primeiro (e único) casamento, «que não correu bem». Tinha 24 anos quando deu o nó.
«As coisas começaram a complicar-se. A parte da infertilidade também mexeu com isso. Preferi acabar o casamento a bem do que continuarmos a magoar-nos a vida toda», começa por dizer.
«Pensei muito nisso quando estava casada, mas o milagre não aconteceu»
Como se costuma dizer, «enquanto há vida, há esperança». No entanto, Catarina Manique admite que se sentiu culpada pelo fim da sua história de amor. «Ainda há possibilidade pela inseminação artificial. Cá dentro tenho sempre a esperança que Deus é grande e que vai fazer um milagre. Pensei muito nisso quando estava casada, mas o milagre não aconteceu. Senti-me culpada. Ambos queríamos tanto e eu não lhe podia dar.»
Júlia Pinheiro interrompe a convidada: «Espero que ele não tenha deixado.» Perante o silêncio que se fez sentir na sala, continuou: «Se calhar deixou, vamos deixar assim…. mas não tem culpa nenhuma, como é óbvio. E nunca se sabe!»
Nos últimos exames que fez, a médica que acompanha a jovem disse-lhe que neste momento, os seus ovários só estão «a funcionar a 2%». «Mentalizei-me. Pronto, é desta que eu vou perder as minhas esperanças, de ter filhos naturalmente», atira.
A apresentadora volta a interrompê-la: «Se a medicina a conseguiu curar de uma coisa tão má… há-de ajudá-la!»
A inscrição na experiência social da SIC
Catarina Manique revela a Júlia Pinheiro o que a motivou a inscrever-se no programa Quem Quer Namorar com o Agricultor?. «Entrei neste programa para dar um abanão à minha vida», começa. «Uma prima, que faleceu antes de começar o programa, já me tinha dito: ‘Havias de te inscrever no Quem Quer Namorar com o Agricultor?’», continua.
«Nunca pensei que me chamassem… como era só de homens. Inscrevi-me por inscrever. Quando me ligaram, eu fiquei atrapalhada. Respondi a tudo o que me perguntaram», atira, com um sorriso no rosto. No entanto, passou algum tempo e a fundanense admite que respirou de alívio, por não ter recebido nenhuma resposta da produção. «Já passou, ninguém me vai dizer nada, maravilha. Mas depois ligaram-me. Diverti-me muito. Não me arrependo nada de ter participado. Apareci muitas vezes a chorar e isso custava-me imenso.»
«Nunca pensei que mexesse tanto comigo. Pensei que já tivesse ultrapassado»
A parte menos boa da experiência social foi o facto de ter de «reviver o passado». «A participação no programa fez-me reviver o passado. Nunca pensei que mexesse tanto comigo. Pensei que já tivesse ultrapassado», conta, com as lágrimas nos olhos. Para além disto, Catarina revela ainda que não foi fácil adaptar-se, uma vez que estava habituada a viver sozinha.»
Por fim, Júlia Pinheiro afirma: «Se calhar, fez mais pelas mulheres do que 50 discursos. É das mais bem sucedidas, de todos [os participantes da experiência social] com quem já falei. Tenho muita pena de não a poder abraçar, senão estava já aqui no meu colo. É uma menina muito doce!»
Texto: Ivan Silva; Fotos: DR e Instagram
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