Catarina Furtado, de 50 anos, foi alvo de críticas e piadas na Internet após ter cortado o cabelo em forma de protesto após a morte de Mahsa Amini, a jovem de 22 anos, que foi detida pela ‘polícia da moralidade’ por usar o hijab (lenço) de “forma imprópria”. Contudo, o gesto da apresentadora da RTP1 acabou por ser considerado uma “falta de noção” e “solidariedade performativa”.
Já esta segunda-feira, 10 de outubro, o rosto da estação pública quebrou o silêncio após a polémica. “Depois de ter colocado um vídeo a participar na corrente mundial de apoio às raparigas e mulheres do Irão mortas e violentadas pela polícia moral, houve quem criticasse. Não aceito que se desvirtue o sentido maior de uma campanha que visa não deixar esquecer um tema tão urgente, por isso o retirei”, atirou, referindo que é irá permitir o acesso às suas redes sociais quem não for “verdadeiramente solidário e empático com o sofrimento”.
“Na minha casa virtual só entra quem é verdadeiramente solidário e empático com o sofrimento. Infelizmente sei bem do que falo porque há 22 anos que trabalho estas violações dos direitos humanos, sobretudo com base no género”, complementou Catarina Furtado, recordando a sua ligação a diversas causas solidárias ao longo dos anos, como a associação Corações Com Coroa, fundada por si.
Posteriormente, Catarina Furtado aproveitou o momento para deixar ainda duas ressalvas. A comunicadora quis relembrar que, no Dia Internacional das meninas e raparigas, “se nada fizermos, irão continuar a ser as vítimas das imensas oportunidades perdidas, dos compromissos adiados e das promessas esquecidas”. Além disso, a mulher de João Reis fez uma chamada de atenção para a importância da Educação sexual e aos direitos humanos.
“Precisamos que existam mais jovens mulheres em lugares de decisão, escolas sem discriminação, com incentivo ao pensamento critico, à análise transformadora e à justiça social. É essencial Educação Sexual Compreensiva em contexto escolar e em programas de atendimento que escutem, ensinem, informem, apoiem, sem doutrinar. Já sabemos como se faz, a Covid-19 veio provocar um retrocesso de cerca de 20 anos nos direitos das meninas e raparigas, por isso temos de agir com urgência”, afiançou Catarina Frutado.
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Texto: Carolina Sousa; Fotos: Redes Sociais
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