Caso Valentina
A vida na prisão dos pais que matam filhos. Os que não se suicidam são violentamente agredidos

Nacional

Choques elétricos, dedos entalados em portas até ficarem partidos, pontapés e murros são as agressões mais comuns sofridas pelos reclusos que matam os filhos. Muitos suicidam-se. Os presos mais jovens são os que mais os agridem. Especialistas reclamam mais psicólogos nas cadeias para acompanhar estes casos.

Sex, 15/05/2020 - 16:03

Choques elétricos, dedos entalados em portas até ficarem partidos, pontapés e murros são as agressões mais comuns sofridas pelos reclusos que matam os filhos. Muitos suicidam-se. Os presos mais jovens são os que mais os agridem. Especialistas reclamam mais psicólogos nas cadeias para acompanhar estes casos.

Naquele dia, como de costume, João Cerqueira Pinto foi buscar a filha à escola e, já em casa, ajudou-a com os trabalhos do dia. Depois, foi para a cozinha preparar o jantar. O seu e o da filha, como também fazia sempre. Maria João, 7 anos, desapareceu uns minutos, para ir à casa de banho. Quando voltou, o pai agarrou-a, pôs-lhe o cinto do roupão à volta do pescoço e sufocou-a. «Inclinei-me e puxei as pontas do cinto. Ela estrebuchou um pouco, mas não gritou», contou o homem que, em 2009, chocou a população de São Mamede de Infesta, Matosinhos, com o homicídio da filha. Este é apenas um de muitos casos de pais que matam os filhos, como o recente caso da pequena Valentina que chocou Portugal.

Um ano mais tarde, João Cerqueira Pinto foi encontrado enforcado na cadeia de Paços de Ferreira, nu da cintura para baixo. O homem, que a vizinhança e amigos consideravam um pai extremoso, muito apegado à criança, nunca explicou o que o tinha feito matar a filha. Durante o julgamento disse apenas que estava «perturbado» pelo divórcio recente. E terá sido por isso que, depois do crime, enviou uma mensagem escrita à mãe da criança a contar o que se tinha passado.

Leia aqui o resto da reportagem. 

Texto: Cynthia Valente | WIN Porto; Foto: DR 

 

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