A revista VIP esteve esta sexta-feira na Casa Feliz – programa de João Baião e Diana Chaves, na SIC – a comentar o exílio forçado de Juan Carlos.
Alberto de Madeira Miranda, diretor executivo da VIP, e a jornalista espanhola Virgínia López, que vive há quase 20 anos em Portugal, explicaram como é que o rei emérito perdeu popularidade ao longo dos últimos anos graças aos vários escândalos que protagonizou. O último, um escândalo financeiro – com o pai do rei Felipe VI a ser investigado por branqueamento de capitais e evasão fiscal – levou à ‘fuga’ do rei emérito de Espanha. Neste momento, Juan Carlos está em parte incerta. A pergunta do momento é: ‘Para onde terá ido o rei emérito de Espanha?’
Esta sexta-feira, o jornal ABC avança que estará numa suite milionária, num hotel de luxo, na Arábia Saudita, país de onde veio o dinheiro que o monarca escondeu numa conta na Suíça.
Alberto de Madeira Miranda, diretor executivo da VIP, relembrou os espectadores da SIC que as polémicas começaram cedo na vida do rei. «Desde logo, aqui em Portugal, quando matou o irmão mais novo. É um episódio infeliz na vida da família real espanhola. Nos anos 80/90 e ate há dez, a figura do rei Juan Carlos era quase a de um Deus. Era muito bem visto, ele era o restaurador da democracia em Espanha, e toda a gente achava que tinham um casamento sólido… Depois veio a provar que, se calhar, não era bem assim”.
Exemplo disso é a polémica caçada aos elefantes no Botswana, em 2012, em que Juan Carlos caiu e fraturou a anca, protagonizando um grande escândalo com repercussões internacionais. «Há um antes e depois desse episódio», explica Alberto de Madeira Miranda. «O Juan Carlos era rei na altura. Sabe-se da queda porque ele cai e fraturou a anca. E o staff que estava com ele traçou um cenário demasiado alarmante e muito preocupante. Ele tem de ser transportado para Espanha. O governo não sabia, ninguém sabia onde estava o rei e é assim que se sabe, não só que ele estava fora de Espanha e que estava a caçar elefantes numa altura em que o país vivia uma grave crise económica, mas também porque estava na companhia de outra mulher, a Corinna [amante]».
«Nos anos 90 havia um pacto de não agressão para com a figura do rei e para com a família real. Depois, as redes sociais e fora de Espanha começaram a falar destes assuntos de forma livre, à escala mundial… tiveram um grande peso e determinaram no fundo a abdicação de Juan Carlos», explica.
Virgínia López recorda que a prisão do genro do rei e marido da infanta Cristina, Inãki Urdangarin, também ajudou a descredibilizar a imagem de Juan Carlos, apesar de este ter sido «uma figura muito importante para um período muito conturbado da história de Espanha, que é a transição democrática». Virgínia considera a Arábia Saudita o destino mais provável de Juan Carlos. «É de onde vem o escândalo todo. É mais fácil estar na Arábia Saudita do que no Estoril».
A jornalista defende ainda que o exílio de Juan Carlos longe de Espanha não é a melhor maneira de convencer os espanhóis do futuro da monarquia: «o dinheiro está algures e deveria estar nas mãos [dos espanhóis]….», termina.
Texto: Ricardina Batista; Fotos: DR
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