Carlos Cruz foi, em tempos, um dos rostos mais importantes da televisão portuguesa.
Mas caiu em desgraça quando em 2003 foi detido por associação ao caso de pedofilia da Casa Pia. Saiu em 2014. Em 2010 foi condenado e esteve preso até 2016. Sempre alegou inocência.
Perdeu tudo, ou quase tudo. Terá sido obrigado a vender os bens para pagar aos advogados que o defenderam no processo.
Sem esperança e sem trabalho, o antigo apresentador voltou-se para as especialistas de ciências ocultas, numa tentativa de auxílo.
«Vou desde a quem lança búzios, lê as mãos e não vou sempre à mesma pessoa»
«Vou apenas por curiosidade. Divirto-me imenso. Tomo notas e depois confiro. Erram muito. Vou desde a quem lança búzios, lê as mãos e não vou sempre à mesma pessoa», revela em entrevista à revista Sábado.
Em janeiro de 2018 foi-lhe diagnosticado um cancro no fígado. Mas os sintomas começaram quando ainda estava preso.
«Tinha sintomas e foi-me aconselhado a estar sob uma certa vigilância médica. O meu médico ia com frequência à cadeia (…) Já em liberdade, procurei um médico amigo para diminuir o perímetro da barriga (…) Durante o exame, o técnico disse-me logo que eu tinha um nódulo no fígado», conta à mesma publicação.
Carlos Cruz sempre revelou o desjo de um dia poder voltar a trabalhar em televisão. Mas os convites não surgem.
«Há medo das reacções das pessoas e das audiências (…) A não ser, como já disse, se conseguisse a revisão da sentença e fosse declarado inocente. Mesmo assim, julgo que haveria sempre um outro sector da opinião pública que estaria renitente», diz.
Enquanto não aparecem novas oportunidade, o antigo apresentador de televisão vai ocupando o tempo como pode.
«Deito-me e levanto-me relativamente tarde. Ocupo o tempo com leituras variadas e de vez em quando tento escrever histórias de ficção (…) O mais importante, acompanho as minhas filhas com quem contacto várias vezes durante o dia pessoalmente ou por telefone», revela àquela revista.
Fotos: Impala e reprodução Instagram
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