Carina Rodrigues, conhecida por ser irmã de Fanny Rodrigues, passou por uma enorme transformação. A jovem, de 19 anos, chegou a pesar mais de 100 quilos e a determinada altura percebeu que tinha de fazer alguma coisa.
Foi em 2019 que a vontade de mudar o corpo começou a surgir. Por essa altura, Carina pesava já 99 quilos. Tinha mais 40 quilos do que seria suposto. Nesse ano, a irmã de Fanny trabalhava num hospital e foi visitar o serviço onde realizavam os bypasses, o mesmo será dizer as cirurgias bariátricas de redução de estômago.
Com apenas 18 anos havia a vontade, mas faltava o resto… Porém, como deixou o trabalho no hospital, a coragem também se desvaneceu, até que meses mais tarde decidiu avançar. “Entre a ideia do bypass e deixar de trabalhar no hospital, acabei até por perder uns quilinhos, só que depois… Depois disso engordei mesmo muito e aí decidi avançar. O meu desespero já era grande porque eu já tinha dificuldade em caber no 44 de calças”, assume.
“Acabei por ter a primeira consulta e aí pesava 105 quilos. Eu tenho 1,57 metros, devia pesar 57 quilos. Eu pesava o mesmo que o meu pai com 54 anos”, recorda. “Iniciei o processo. Fiz muitas consultas, até com outras pessoas que iam ser operadas. Aí até ganhei autoestima, porque na realidade eu ao lado delas estava bem e isso foi outro clique: eu não queria chegar ao que elas tinham chegado. Avancei com tudo, apesar dos medos. No dia em que entrei no hospital estava nervosa, com medo e lágrimas nos olhos”, recorda.
Irmã de Fanny: “Já visto o 38”
Antes de começar a intervenção, em jeito de brincadeira, o médico de Carina disse-lhe para ela pensar no fato de banho que vestiria no verão. Ela riu-se, mas percebeu a mensagem. A 12 de outubro começou a grande viagem para a irmã de Fanny. “Quando acordei da cirurgia, nem conseguia comer uma colher de sopa. Aquela quantidade para mim era absurda”, diz. “Percebi durante o processo que eu não comia mal, não comia porcarias, não abusava nos doces, na verdade eu abusava era nas quantidades”, explica. Volvidos quatro meses após a operação, Carina é uma nova mulher. “Já perdi 30 quilos. Estou com 74 e é uma sensação tão estranha… Agora ando sempre a comprar roupa porque eu vestia um 44 e agora estou no 38”, diz. “Tenho algumas questões para lidar, tenho-me debatido com as peles, mas sinto-me muito diferente, para melhor, quando me olho ao espelho”, assegura.
“A cirurgia serviu, até, para ver quem eram os meus amigos, quem estava do meu lado, porque só os verdadeiros amigos me souberam apoiar nesta decisão e não se camuflaram na típica frase: ‘Estás bem assim’”, afirma. “A minha irmã foi uma pessoa incrível. Ligava-me todos os dias para me dar força, para me fazer seguir em frente”, salienta.
“A Fanny foi até uma fonte de inspiração para mim, porque ela também soube mudar o corpo dela. Eu sempre vi o meu corpo como uma casa, então o meu objetivo era um dia mudar de casa, e este foi o momento. O meu corpo mudou”, diz, assertiva. “Não me arrependo de nada, mesmo sendo um processo doloroso, as dores eram muitas e, sinceramente, voltava a fazer tudo outra vez”, conclui, admitindo que o seu objetivo será chegar a uns saudáveis 60 quilos.
Texto: Catarina Martins
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