Carina Rodrigues perdeu os filhos gémeos há três meses, frutos da relação com Giovanni Miranda. Nesta quarta-feira, 17 de agosto, a irmã de Fanny Rodrigues recorreu às redes sociais para partilhar um texto carregado de emoção dedicado aos filhos, Delman e Enzell, que perderam a vida pouco depois do parto.
“Não há um dia que passa em que eu não pense em vocês. Não há um dia que passa que não sonhe como seria ter vocês aqui fisicamente. Não há um dia que passa sem eu sentir saudade. Não há um dia que passa sem eu falar para vocês. Não há um dia que passa sem eu agradecer por ter dois filhos perfeitos. Não há um dia que passa sem eu celebrar-vos”, começou por escrever, na legenda de um vídeo comovente em que mostra imagens dos filhos.
“E hoje… Confesso que hoje dói mais que os outros dias… A saudades hoje sai do peito. Fico muda. Mas grito por dentro o amor imenso que sinto por vocês. Meu Zeze e o meu Dede”, findou.
Veja aqui as imagens:
Carina Rodrigues fala sobre a morte dos filhos: “Escondi as minhas dores”
Foi com a voz embargada e de lágrimas nos olhos que a jovem de 20 anos esteve no Dois às 10, no dia 3 de agosto, para contar como tudo aconteceu e como uma infeção urinária espoletou este desfecho. Delman e Enzell nasceram aos seis meses e viverem 18 minutos cada um.
Carina Rodrigues começou por contar que quando soube que estava grávida contou de imediato ao namorado e à mãe que achava que o teste era positivo para a covid 19. A gravidez corria normalmente, apesar de haver sempre alguns altos e baixos.
“O primeiro susto foi que um podia ter trissomia 21, mas depois percebemos que não. No inicio do mês de maio, fiz uma ecografia. Eu tinha muitas dores nas costas, muito inchaço nas pernas, mas como estava a começar o calor, achei que era retenção de líquidos. Mas apercebemo-nos que o Delman estava a fazer pressão no meu rim direito e que isso cria mais probabilidades para infeções urinárias. Logo aí comecei a tomar medicamentos para a infeção urinária para prevenir, apesar de ainda não ter sido detetada, e no dia 3 de maio foi detetada a tal bactéria no meu chichi que acaba por matar os meus filhos”, começa por contar a irmã de Fanny.
Infeção urinária espoletou o desfecho trágico
Carina Rodrigues continua a contar: “Aos seis meses, de gémeos, eu já sou pequenina, já começa a pesar, uma pessoa já não sabe muito os sintomas de uma infecção urinária, e eu fazia a minha vida normal. A única coisa que me incomodava eram as dores que me faziam chorar. Uma pressão de lado, uma dor muito aguda. E eu dizia ‘filho sai daí, arruma-te daí’ e ele ouvia-me porque eu sentia ele mexer-se”, conta, explicando que foi neste momento que os médico disseram que teria de ficar em casa.
“Os médicos decidiram que eu tinha de ficar em casa por causa da posição do trabalho, estou eu a fazer a minha vida, quando na quinta-feira não tinha sinais de nada a não ser o que depois me apercebi do que era. À tarde, tive uns corrimentos maiores do que o normal, liguei para o médico e disseram-me que era da gravidez, que como estava a tomar os antibióticos o corpo limpa. ‘Ok, então é normal’, pensei. Os meus filhos continuavam a mexer, até ao último momento estavam comigo. Na sexta-feira de manhã, faço a minha vida normal, tomo o pequeno-almoço, as minhas vitaminas, senti-os a mexer, e quando me deito na sala, eram 10.30 comecei a sentir uma pressão abaixo da barriga como uma dor de período. E percebi que algo não estava bem. Sempre me explicaram que as contrações começam com essas dores de período. E às 10.53 ligo para as urgências”, conta a irmã de Fanny.
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Texto: Mafalda Mourão e Ana Lúcia Sousa; Fotos: Redes Sociais
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