A cárie dentária é uma doença que afeta quase 90% da população (estima-se que a cárie dentária afete cerca de 2,3 biliões de pessoas em todo o mundo) e que pode estar na origem de infeções de diferentes gravidades, podendo mesmo ter graves repercussões na saúde geral do indivíduo. A Dra. Gabriela Canedo, Médica Dentista da Clínica Espregueira no Porto, explica-nos as causas, o tratamento e a prevenção.
“É provocada pela ação de determinadas bactérias que podem originar a destruição parcial ou total do dente. A presença dessas bactérias, associada a uma alimentação rica em açúcares (hidratos de carbono) e a uma fraca higiene oral, são a causa do aparecimento de cáries.
Quando os alimentos que contêm hidratos de carbono, como os doces, bolos, rebuçados, chocolates, gomas, entre outros, são ingeridos, as bactérias vão decompô-los e originar ácidos. Esses ácidos provocam a dissolução do conteúdo mineral dos dentes e, consequentemente, o aparecimento de lesões de cárie. Esta ação é mais notória quando estes alimentos são ingeridos fora das refeições ou à noite, antes de deitar, e não temos uma correta higienização dentária.”
De desconforto à extração do dente
“Identificar uma cárie numa fase inicial não é fácil e normalmente só consegue ser realizada por médicos dentistas, daí a importância de o visitar o regularmente. Durante as fases iniciais da doença (cavidades pequenas) não são detetados sintomas significativos e o dente pode ser facilmente tratado, com uma restauração estética com resultados muito satisfatórios.
Quando se sente a presença de uma cavidade, ou a ausência de uma parte do dente, muito provavelmente terá uma lesão de cárie dentária já avançada. Nestas fases mais avançadas (cavidades mais profundas), as queixas podem passar por um desconforto com aumento de sensibilidade, até situações mais graves como dor ao quente, frio ou doce ou mesmo dor espontânea forte. Uma cárie em estado avançado, com envolvimento das camadas mais internas do dente (dentina e polpa dentária) pode implicar um tratamento endodôntico (normalmente conhecido como desvitalização) ou mesmo a extração do dente.”
Como prevenir?
“Não podemos esquecer que qualquer dente que tenha sido tratado pode voltar a ter lesões de cárie dentária, pelo que devemos manter uma constante vigilância.
Para prevenirmos o aparecimento da cárie dentária devemos efetuar uma higiene oral diária adequada: escovar os dentes pelo menos duas vezes por dia com uma pasta fluoretada (a escovagem noturna é a mais importante, não devemos ingerir mais nada após a escovagem) e utilizar o fio dentário ou escovilhão pelo menos uma vez por dia.
Devemos também fazer uma alimentação equilibrada, evitando os açúcares e petiscar entre as refeições. Na consulta de rotina devemos ponderar a aplicação de selantes de fissuras, especialmente nas crianças (o selante é uma espécie de verniz aplicadonas fissuras dos molares e pré-molares, com o objetivo de criar uma barreira física às bactérias e restos alimentares, ajudando na prevenção da cárie).
A cárie pode ser prevenida ou facilmente tratada numa fase inicial, portanto não se esqueça de ter os cuidados necessários e visitar o médico dentista regularmente.”
Fotos: D.R.
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