Cancro do fígado
Saiba mais sobre a doença que Marco Paulo enfrenta

Saúde e Beleza

A sua revista VIP entrevistou o oncologista João Vasco Barreira, médico da AIM Cancer Center para perceber mais sobre cancro do fígado.

Seg, 21/10/2024 - 9:30

A sua revista VIP procurou saber mais sobre o cancro no fígado, doença que o cantor Marco Paulo está a enfrentar. Para isso, fizemos algumas questões ao oncologista João Vasco Barreira, médico da AIM Cancer Center.

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Quais são os principais fatores de risco para o cancro no fígado?

O cancro do fígado, denominado de carcinoma hepatocelular, tem inúmeros fatores de risco associados. Alguns dos mais importante são infeções crónicas pelo vírus da hepatite B e hepatite C; Cirrose hepática; Consumo excessivo de álcool; Esteatose Hepática Não-Alcólica, ou seja, doença hepática gordurosa de origem não alcoólica; Obesidade; Tabagismo e História familiar de cancro do fígado, entre outros.

A exposição repetida e combinada a vários fatores de risco pode multiplicar a probabilidade / risco de desenvolvimento de cancro no fígado. A prevenção e hábitos de vida saudável são fatores-chave no combate a esta doença.

Quais são os sintomas iniciais mais comuns do cancro hepático?

Os sintomas iniciais de cancro de fígado podem ser inespecíficos e muitas vezes passam despercebidos nas fases mais inicias da doença. No entanto, à medida que o tumor cresce alguns sinais podem aparecer. Os sintomas mais comuns incluem perda de peso sem explicação aparente; perda de apetite; fadiga; dor abdominal ou desconforto geral, mas constante no lado direito do abdómen que pode ser acompanhada de aumento do tamanho do fígado (hepatomegalia); aumento do perímetro abdominal (ascite); icterícia (pele e mucosas amareladas); náuseas e vómitos; urina escura e fezes claras.

Nunca é de mais destacar que nas fases iniciais o cancro do fígado pode ser assintomático ou cursar com sintomas muito inespecíficos, por isso, pessoas com os fatores de risco mencionados devem ser acompanhados regularmente no seu médico de família e/ou assistente para controlo e sinalização precoce de sintomas de novo.

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Quais são as complicações associadas ao cancro no fígado em estádios avançados?

O cancro do fígado em estádio avançado pode levar a várias complicações, muitas associadas à própria progressão da doença, com disfunção de órgão ou órgãos, no caso de haver metastização (disseminação do tumor para outras partes do corpo). As principais complicações consistem em insuficiência hepática (o fígado perde a capacidade de realizar as suas funções habituais); ascite (aumento do volume abdominal com acumulação de grandes quantidades de líquido); icterícia (indicativo de que o fígado pode não estar com normal funcionamento ou que o fluxo da bílis foi bloqueado pelo próprio tumor); hemorragia ativa de difícil controlo ou ainda caquexia (perda acentuada do peso e massa muscular).

O tratamento do cancro do fígado em estádio avançados é sem dúvida um desafio complexo e com impacto na qualidade de vida doente e dos seus familiares.

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E por último pode dar alguns conselhos que se possam dar às pessoas que lutam contra esta doença?

Atualmente os avanços em oncologia médica e nas mais diversas especialidades que intervêm no cuidado destes pacientes (cirurgia, radioncologia, gastroenterologia, medicina paliativa, etc.) permite que os cuidados sejam mais personalizados e com maiores taxas de sucesso.

O desafio é constante, diário e complexo. Não existe uma fórmula mágica para lidar com esta doença. É importante manter uma comunicação dinâmica entre o doente e a rede de suporte (familiares, amigos). Alguns conselhos úteis podem passar por incentivar a comunicação clara com todos os profissionais de saúde envolvidos; seguir as orientações e o plano de tratamentos e ainda, não descurar o bem-estar mental, nutricional e atividade física. Ter uma compreensão do seu cancro é fundamental. Saiba o objetivo do tratamento, esteja atento às possíveis complicações da doença, e potenciais efeitos adversos que podem advir do seu tratamento. Estes conselhos podem ajudar, contudo nunca se esqueça que cada doente é único e não existe receita universal para lidar com a situação.

Texto: André Sousa / Fotos: D.R.

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