Bruno Nogueira, de 39 anos, foi o último convidado da segunda temporada do podcast “É Preciso Ter Lata”. Num programa em que os protagonistas são confrontados com perguntas de fãs e haters, o humorista respondeu finalmente, em conversa com Pedro Ribeiro e Rita Rugeroni, às críticas feitas por São José Lapa ao formato “Princípio, Meio e Fim”, cuja exibição terminou recentemente na SIC.
Segundo a atriz, de 70, o programa da autoria de Bruno Nogueira “não é um programa de humor”, mas sim “uma coisinha”, e defendeu que o teor do mesmo é baseado em “escatologia, sexo e umas tantas cara****as”, “elementos primordiais de qualquer mer**”. A mensagem foi deixada, em abril, no seu perfil de Facebook.
Quase dois meses depois, Bruno Nogueira admite que “não tinha” São José Lapa como hater. “Mas concordo com tudo o que ela diz. Eu próprio acho isso do programa. E não se contraria São José Lapa. É sempre um princípio… Nem Simone de Oliveira. Há pessoas que uma pessoa não contraria”, brinca o comediante.
Usando da ironia, o autor de “Princípio, Meio e Fim” explana: “Com este programa, acontece uma coisa que acho que também acontece com comédia e a arte em geral. Vais a uma sapataria e calças o 42. Se pedires o 38, as pessoas dizem: ‘Então, mas você calça o 42’. ‘Está bem, mas apetece-me tentar o 38’. Depois, queixam-se dos dedos, que estão tortos e doem, e das unhas encravadas. E há pessoas que, com este programa, fazem isto. Pedem o 38, mas calçam o 42.”
Particularizando na atriz que arrasou o seu programa, Bruno Nogueira recorreu a uma metáfora. “A São José Lapa calça o 38. Está tudo bem, não tem de calçar o 42… Agora, dir-se-á que não é, se calhar, a maneira mais inteligente de comprar sapatos… Há tanta coisa, tanto sapato, grande, aquela pantufa da Serra da Estrela grandalhona e aqueles chinelos que não têm a parte da frente…”, diz.
Sobre São José Lapa: “Deve ser muito complicado envelhecer nesta profissão”
Questionado por Rita Rugeroni, Bruno Nogueira conta que nunca trabalhou com São José Lapa. E prossegue com uma farpa. “Acho que deve ser muito complicado envelhecer nesta profissão. Acho que, às vezes, há dissabores que são difíceis de manteres para ti próprio”, atira.
O humorista fala mesmo em “exemplos de coisas que gostava de não seguir”. “Quando vejo a velha guarda a tentar boicotar a nova geração é sempre uma lição para mim: se tudo correr bem na minha vida, não quero repetir, é sempre um sinal de que está a correr qualquer coisa mal ali naquele envelhecimento”, defende.
Em jeito de remate, a estrela da estação de Paço de Arcos reforça, ainda assim, que esperava críticas do género ao programa da sua autoria. “Há pessoas que já associas que se vão manifestar dessa maneira numa rede social”, diz, dando o exemplo da atriz Maria Vieira, cujas opiniões partilhadas no Facebook causam tanta celeuma entre os pares.
“Bruno Nogueira, o Daniel Oliveira é um fácil?”
Pedro Ribeiro e Rita Rugeroni deram voz a outros haters, desta vez anónimos. “Este programa foi mesmo o Daniel Oliveira a olhar para o Bruno Nogueira e a dizer: ‘Faz o que quiseres comigo’. Bruno, o Daniel é um fácil?”, questiona uma mulher, referindo-se a “Princípio, Meio e Fim”.
“Ui… Não, não é um fácil”, começa por responder o humorista, explicando como foi o processo de construção do formato: “Este projeto teve sempre de abertura das duas partes. Não foi uma coisa em que eu chegasse até lá e dissesse: ‘É isto ou não é nada’. Desde o princípio, tive uma ideia, juntamente com o Filipe [Melo], o Salvador [Martinha] e o [Nuno] Markl, e ele foi acompanhando-a e dizendo o que o deixava mais desconfortável ou não. E chegámos a um entendimento entre as duas partes.”
“Portanto, não é um fácil. Mas nós também sabíamos o que queríamos e não estávamos dispostos a abdicar de muito. Ele também sabia o que queria para o canal e aceitou fazer isto”, remata.
Texto: Dúlio Silva; Fotos: Arquivo Impala, Divulgação SIC e reprodução redes sociais
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