Bruno Nogueira é um nome incontornável do humor em Portugal. Tornou-se mediático em Levanta-te e Ri, há 15 anos e desde então que não mais parou.
Em entrevista a Daniel Oliveira, no Alta Definição, deste sábado (7), o humorista abre o livro da sua vida, fala da sua adolescência, da infância, dos tempos em que frequentava a piscina de José Cid em Mogadouro, Anadia, do amor e admiração que sente pela mulher Beatriz Batarda e da responsabilidade de educar três filhas. Bruno Nogueira tem uma filha fruto da relação com Beatriz Batarda, Luís, 5 anos. A atriz tem mais duas filhas, Maria, 13 anos, e Leonor, 15, da relação de Beatriz com Bernardo Sasseti.
«Fui convidado para fazer a Floribella (novela juvenil protagonizada por Luciana Abreu e Diogo Amaral). Recusei, não sou bom a falar com árvores. Eu é que estava mal, não era o convite, eu é que estava mal. Houve vários convites na altura do Levanta-te e Ri. Há coisas que os diretores de programas fazem, que é querem capitalizar tanto uma pessoa que acabam por estragá-la. Ou seja, as pessoas gostam dessa pessoa então vou pô-la em tudo, mas esquecem-se que gostam dessa pessoa a fazer aquilo e noutra coisa qualquer», explica Bruno.
Assaltado todos os dias
O humorista não gosta de sair à noite e muito menos de discotecas. Fazer presenças para ele é algo que não faz sentido, até porque não é esse o seu objetivo de vida. Bruno explica que sempre foi um “nerd” na escola e que era assaltado todos os dias a partir do momento em que frequentou uma escola em Alfragide.
«Eu era basicamente um nerd, não tinha qualquer tipo de habilitação social para ser outra coisa. Eu até gostava de ser, mas não era, era um bananas, tinha a sorte de usar o humor e os tipos mais populares da escola acharem piada.. Mas não era de todo um tipo popular. Tinha uma incapacidade social e profunda timidez», admite, para depois completar:
«Lembro-me de numa escola em que eu andava em Alfragide levar todos os dias 1 euro para ser assaltado. Já sabia que ia ser, não valia a pena estar complicar a vida aos ladrões. Era uma coisa bastante educada, não era uma coisa violenta. Eram as regras do jogo, ou então andava à pancada e eu não tinha cabedal para isso.
Bruno admite que não sofreu de bullying por ser alto e magro, mas ele próprio se questionava como conseguia andar de pé. «Eu era ainda mais magro, e não há uma explicação para o meu corpo estar suportado em duas canas da índia», brinca. «Eu farto-me de comer, só que eu tenho um metabolismo muito acelerado».
Idas à piscina de José Cid
Bruno Nogueira admite que não deu muito trabalho na infância, mas que devia ter levado «uma lambada» em alguns momentos chave. «Nunca fui um estroina, sempre fui mimado, sempre fui um filho muito desejado, a minha mãe fez tratamentos porque achava que já não conseguia engravidar e depois nasci eu. A minha irmã queria muito ter um irmão», diz, para depois acrescentar:
«Tenho muito boas memórias da infância. Depois de ser pai há duas coisas que acontecem: passas a ser pai e passas também da posição de filho dos teus pais para protetor dos deles, começas a perceber uma série de coisas. Não estás só naquela postura arrogante de deem-me amor. Passas a ser protetor e a cuidar dos teus e a perceber que eles também precisam porque estão numa idade que precisam».
Foi nesta altura de adolescência que o humorista ia à piscina da casa de José Cid. O cantor tem casa em Mogadouro, e desde sempre que abria as portas de sua casa para que os habitantes daquela vila pudessem desfrutar da piscina. Bruno Nogueira era um deles. «Fui lá algumas vezes», conta, sem adiantar mais assunto.
Declara-se à mulher Beatriz Batarda
Para Bruno Nogueira a família é o mais importante da sua vida e admite que se sente preocupado com o futuro delas.
«Só uma filha é que calha a ser de sangue, mas na realidade tenho três filhas. As três sofrem com as alegrias e desalentos meus e da Beatriz. Preocupa-me se tiverem uma vida mais facilitada pelo mediatismo dos pai. Não gostava nada que elas não passassem pelo que têm de passar só porque há o escudo do mediatismo. Por outro lado também não acho justo que elas tenham de levar com ricochetes com o que são direccionadas aos crescidos», sublinha.
O humorista garante que a maior herança que pode deixar às meninas são as memórias e a educação, «mais do que carros, casas e dinheiro» e declara-se à mulher.
«O talento da Beatriz é sexy, para além de tudo tira o melhor daquilo que eu sou. Tem uma inteligência emocional acima da minha. Tem a paciência necessária para pessoas estouvadas como eu. Nós conseguimos estar os dois, cada um chateado com uma coisa, e ela socialmente está impecável que é uma coisa que me deixa doente. Sou muito mais primitivo nesse caso», termina.
Texto: Ana Lúcia Sousa; Fotos: Redes Sociais
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