Bruno Candé
Irmã do ator assasinado destroçada: «É uma dor tão grande»

Nacional

Olga, a irmã de Bruno Candé, o ator que foi assassinado em Moscavide, fala sobre crime e mostra-se muito revoltada com o sucedido: «Nunca foi de violência!»

Ter, 28/07/2020 - 7:57

Dois dias depois de Bruno Candé ter sido morto com 4 tiros, por um homem de 80 anos numa rua de Moscavide, concelho de Loures, a irmã mais velha do ator lembrou na reportagem da Crónica Criminal, do Você da TV!, da TVI, que Candé era um homem «muito especial desde criança, alegre e que fazia amizade com toda a gente. Ele era muito amigo e beijoqueiro», revelou.

Olga, que reside em Inglaterra e tinha falado por telefone com o irmão, de 39 anos, há três semanas, mostra-se revoltada, a par da restante família,  por um crime que considera ter motivações racistas. «O meu irmão foi assassinado brutalmente, a sangue frio. Ele tinha uma incapacidade física [devido a um acidente de bicicleta que o deixou e coma] e não teve forças, nem tempo, para se defender», afirmou a mulher a TVI entre lágrimas, referindo que «é uma dor tão grande» que não consegue descrever.

«Nunca foi de violência»

Segundo a irmã mais velha, o ator, membro da companhia Casa Conveniente desde 2010, nunca contou que teria eventuais problemas com o suspeito do crime, que entretanto, ficou em prisão preventiva após recusar prestar declarações em tribunal. «Tenho dificuldade em acreditar que o meu irmão tivesse atitudes menos próprias.» Olga refere que o senhor do café onde Bruno Candé era visto com frequência, e onde terá acontecido o primeiro desacato, lhe disse que o suspeito do crime «proferiu palavras muitos duras de racismo. Falou de escravatura, sanzala e outras palavras horríveis sobre a minha mãe. O Candé deve ter ficado revoltado, mas nunca foi de violência, porque ele estava incapacitado do lado esquerdo», contou a mulher que adiantou que Bruno estava reformado por invalidez e vivia sozinho com a cadela. A família

Nas redes sociais, várias figuras públicas manifestaram a sua indignação, exemplo de Nuno Markl. Paula Bochecha Lebre, a mãe de Beatriz Lebre, jovem assassinada a 22 de maio por um colega, em Lisboa, comentou que, «neste país não racista e não machista tem que se encontrar qualquer falha, qualquer imperfeição, qualquer pecado no comportamento da vítima, que tenha originado o seu próprio homicídio por um agressor».

«Demasiadas vezes há pena de morte das vítimas já assassinadas. Foi o que aconteceu com a minha filha, Beatriz Lebre, nas primeiras notícias, antes de a conhecerem», afirmou Paula Bochecha Lebre.

Texto: Carla S. Rodrigues; Fotos: Reprodução redes sociais

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