Noélia Pereira emocionou-se esta tarde, na casa do “Big Brother”, ao falar sobre a morte do irmão, com apenas 21 anos, vítima de uma broncopneumonia aguda. A concorrente algarvia esteve à conversa com Bruno Savate e contou-lhe como tudo se passou.
“O bem mais precioso que temos é a saúde”, começou por dizer. “Assisti quase toda a minha vida a um irmão que não tinha saúde. É muito triste. É uma prisão para toda a família. Se os meus pais tivessem de ir a qualquer lado, tinha de ficar em casa para cuidar dele, porque a logística de o transportar para aqui ou para ali era difícil. Era muito complicado”, recordou.
O irmão de Noélia nasceu com Síndrome de Down. Contudo, tinha outras patologias associadas que agravaram em muito poucos anos a sua condição. “Os médicos até ficaram admirados de como é que ele durava tanto”, assumiu, acrescentando: “Disseram à minha mãe que ele iria durar sete ou oito anos. Ele durou mais do dobro. Faleceu num inverno, a 4 de janeiro. Foi há cinco, seis anos.”
Irmão de Noélia “vestia roupa de nove, dez anos”
O irmão de Noélia não falava “nada, nada, nada”, conforme esta contou a Bruno Savate. “Tinha trissomia 21, tinha imensos problemas de coração derivados do que se passou no parto. Também teve problemas num testículo e foi operado. Tinha muita coisa. Não lhe faltavam doenças. Tinha o coração de um velhinho”, disse, dando como exemplo que “ele se cansava muito rápido”.
A concorrente disse ainda que o irmão “não conseguia estar sentado muito tempo em lado algum”. “Ele não tinha o tamanho normal. Era considerado… anão. Ele não tinha um crescimento normal para 21 anos. Chegava-me à cintura. Com 21 anos, no mínimo, tinha de ter a minha altura, certo? E, mesmo assim, já seria baixo. Vestia roupa de nove, dez anos”, disse ainda.
Com Bruno Savate estupefacto com o drama vivido pela amiga, esta partilhou um episódio comum no dia-a-dia: “Dormia de noite e, de manhã, na almofada, havia sempre um tipo de ‘sangraço’. Parece que, como o coração funcionava mal…”. “Saía-lhe sangue pela boca”, completou o nortenho. A algarvia anuiu.
“Desespero” vivido no hospital
A concorrente do “Big Brother” contou ainda ao colega uma experiência vivida com o irmão num hospital. “Deixaram-me três horas à espera. Foi horrível… Deixarem uma criança com aqueles problemas todos à espera, sentada numa cadeira. Eu sentada no chão ou de pé… Ele já se queria deitar no chão, irrequieto, a ranger os dentes, com uma cara de desespero. Desesperado de já estar ali há tanto tempo, de se calhar ter dores e sentir-se mal. Desesperado, desesperado“, relatou.
Por isso, Noélia defende que “o Estado deve ter uma lei para que crianças com deficiências sejam prioritárias, não só pelas crianças mas pelos pais”: “As crianças não param, elas são irrequietas, já estão em sofrimento e não conseguem estar ali tantas horas à espera”. Nesta conversa com Bruno Savate, a empresária alegou mesmo que o irmão “nunca teve prioridade” quando se dirigiu a um hospital. “Entrava para a triagem e estava três ou quatro horas à espera. Não concordo. Passei por isso e é mau”, desabafou.
Na fase final da sua vida, o irmão de Noélia tinha, além de uma broncopneumonia aguda, “uma anemia já muito grave”. “Tinha muita coisa”, atirou a concorrente do reality show da TVI. “O meu irmão acabou por falecer no hospital. Ele, em casa, já quase não conseguia comer e revirava os olhos. Vimos que ele já não estava nada bem e levámo-lo para o hospital. Já não voltou. O coração parou”, recordou a Bruno Savate. Veja o momento aqui.
Texto: Dúlio Silva; Fotos: Reprodução TVI
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