Bárbara Guimarães sempre fez questão de preservar a sua vida privada e abriu raras exceções para falar do processo que moveu contra Manuel Maria Carrilho por violência doméstica. Esta semana, voltou a recordar esse período negro, ao dar o seu testemunho no podcast As Mulheres Não Existem, do Expresso. “Foram dez anos muito morosos”, lamentou, queixando-se da lentidão da Justiça. “Parece que parei dez anos. Portanto ficaram dez anos suspensos, um pouco também congelados. Não vou fazer 50. Vou fazer 40 porque eu quero recuperar estes dez anos e estou a fazer por isso. Estou com essa vontade, com esse desejo…São dez anos muito vividos, muito desgastantes”.
Apesar de ter ficado satisfeita com a condenação do ex-marido, a apresentadora assume que todo o processo lhe deixou marcas profundas. “Fez-se justiça, mas quem é que nos devolve uma década? É muito tempo”, afirmou. “O estado de direito permite que isto aconteça. Vou ser muito franca e objetiva, eu tenho alguma dificuldade quando me pedem para falar sobre as campanhas contra a violência doméstica, de dizer a minha opinião e de dizer a quem é vítima para se queixar. Eu não estou muito à vontade nesse assunto porque nós podemos dar o conselho de ‘queixem-se’, mas há coisas muito mais importantes que estão envolvidas se houver esta morosidade. Parece que o tempo nunca mais passa e as coisas não acontecem. Passa-se de um tribunal para o outro, recursos e mais recursos […] Tenho alguma dificuldade em dizer: ‘Vão-se queixar, imediatamente’. Há que ponderar muito isto também”, sublinhou.
Bárbara Guimarães diz que se sentiu “arguida”
A apresentadora assume que nem sempre sentiu que o seu papel de vítima estivesse a ser protegido. “No início, tive logo um ‘feeling’ de que isto não ia ser fácil. Foi quando fui ouvida pela ‘primeira vez’, 11 vezes. Fui 11 vezes a tribunal para falar, responder e senti-me uma arguida“, disse, indignada. “Acho que houve aqui um assassinato de caráter muito violento, muito difícil de reagir, até de falar sobre o assunto porque tudo era perigoso. Tudo era lama, tudo eram um lamaçal tão grande”.
Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho foram casados durante 12 anos. O divórcio foi confirmado em 2013. Juntos, têm dois filhos, Dinis Maria e Carlota Maria.
Texto: Vânia Nunes; Fotos: Redes Sociais e Impala
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