Bárbara Guimarães
Lavada em lágrimas ao falar do cancro: «Tive medo da morte»

Nacional

Bárbara Guimarães foi convidada da emissão desta quarta-feira, 23 de setembro, da Casa Feliz, da SIC. A apresentadora falou sobre o pesadelo do cancro.

Qua, 23/09/2020 - 11:14

Bárbara Guimarães passou por uma das fases mais difíceis da sua vida nos últimos dois anos. A apresentadora enfrentou um cancro na mama que a obrigou a fazer várias sessões de duros tratamentos e esta quarta-feira, 23 de stembro, esteve na Casa Feliz, da SIC, à conversa com João Baião e Diana Chaves sobre este «pesadelo.»

«Há um lado muito irrealista que é esse de dizer que temos de ser fortes. Não. Nós temos de assumir uma realidade e dizer: “Eu tenho isto, estou a sofrer com isto. não tenho de ser forte, tenho de ouvir o meu corpo”. A pessoa deixa de ter energia e força para fazer as coisas, por mais que tentes. Só vences quando dizes assim: “O meu corpo não responde àquilo que eu quero na minha mente e eu tenho de respeitar o meu corpo”», começou por dizer a apresentadora.

«Não sou só eu que tenho um cancro. As pessoas à minha volta também têm»

Foi nos momentos difíceis que Bárbara Guimarães percebeu que tinha pessoas «fortes e positivas» à sua volta que nunca a deixaram sozinha. «Este é um processo onde nunca podemos estar sozinho. Temos de ter à nossa volta aqueles que cuidam, que são essenciais para a nossa força. Fui uma “Bárbara Guerreira” muito por isso. Fui lá buscar a minha força. Foi uma superação para todos. Não sou só eu que tenho um cancro. As pessoas à minha volta também têm», confessou, acrescentando: «Não queremos ser super-heróis… É duro! Temos é de ter ao nosso lado pessoas e energias positivas! E eu tive!»

«Eu tive medo da morte»

Emocionada, a apresentadora do programa 24 Horas de Vida, que deverá regressar em breve à antena da SIC, revelou que chegou a ter medo de morrer e que houve três pilares fulcrais para conseguir travar da melhor forma a luta contra o cancro.

«Eu tive medo da morte. Tu passas por três coisas: A esperança, que é assumir e pensar que vais conseguir superar. A vitória, quando tu vais aos exames e vês resultados. E a luz, que é quando tu acreditas. A luz que te ilumina num processo complicadíssimo que para sempre é teu. É muito difícil aceitar… Tens medo, revolta, tens tudo. A vida põe-nos à prova e tu nunca és o que eras antes. Acabas por mudar», admitiu, revelando que o mais difícil do processo foi o cansaço físico.

«É que uma pessoa não consegue subir quatro degraus, é o corpo não reagir… Não conseguia fazer as compras. Tu entras, metes três coisas no carrinho e pronto… Cansaço brutal», disse.

«Se eu não tivesse aqueles dois pirralhos que eu amo…»

No final da conversa, Diana Chaves acabou por questionar Bárbara Guimarães sobre a forma como contou aos filhos que tinha um cancro. 

«Se eu não tivesse aqueles dois pirralhos que eu amo…», começou por dizer, acabando por se desfazer em lágrimas, algo qur deixou João Baião muito emocionado.

«Bárbara, desculpa fazer-te esta pergunta. Não querendo aqui falar da minha história, mas minha mae morreu quando eu tinha 11 anos, com cancro. A minha filha ouve a minha história e diz-me muitas vezes: “Mãe, eu não quero que tu morras”. E eu queria saber como é que tu, que tens filhos, explicaste isto…», explicou Diana Chaves.

«O meu cabelo caía em postas. Então eu decidi que ia rapar. Nesse fim-de-semana não tinha os meus filhos comigo e com uns amigos tirei aquele cabelo todo. Mas não consegui dizer à minha filha. Ela descobriu porque eu estava no banho, tocam à campainha num fim-de-semana. Eu enrolo-me no robe e saio a correr pelo corredor e ela olha para mim: «Mãe, não tens cabelo! E eu depois expliquei, disse que ia crescer. E é verdade, aconteceu… Às vezes não conseguimos explicar mesmo à letra… nem vale a pena! No dia-a-dia vê-se, revela-se!», respondeu Bárbara Guimarães.

Texto: Mafalda Mourão; Fotos: reprodução SIC

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