Não foi um filho planeado, mas Sara Esteves Cardoso e João Campos garantem que, quando souberam que iam ser pais, não podiam ter ficado mais felizes com a mudança que a sua vida iria sofrer. De imediato souberam que, se fosse menino, se chamaria Vicente.
Uma homenagem que o casal fez ao pai de Sara, o escritor Miguel (Vicente) Esteves Cardoso, e também ao avô de João, que tem o mesmo nome. Vicente nasceu em setembro do ano passado e o casal tem vivido estes quatro meses dividido entre o enamoramento pelo filho e a adaptação a ele. Garantem que tudo tem corrido bem e explicam que o truque é “não dramatizar”.
Numa conversa divertida com a VIP, entre os risos e o choramingo do bebé a pedir a atenção dos pais, Sara e João explicam ainda o seu conceito de liberdade e a importância que dão à instituição casamento. No final da entrevista fazem uma revelação.
VIP – É o vosso primeiro filho. O que é que sentem quando olham para ele?
Sara Esteves Cardoso – Tenho de recorrer ao cliché de que é a melhor coisa do Mundo, porque é realmente a melhor coisa do Mundo. É a sensação de que agora sentimos que temos alguém que dependente inteiramente de nós. A vida passa a ter outro significado e passamos a olhar para tudo com outros olhos.
João Campos – Eu não tenho palavras para descrever a ligação que temos com o Vicente. Há muito tempo que sentia vontade de ser pai, de gerar um ser. Aquilo que na altura pensava que iria sentir não é nada comparado com o que sinto agora. É muito melhor. É a ligação que temos com ele. É aquilo que sinto quando ele está ao meu colo e me olha nos olhos; aquilo que sinto quando ele sorri para mim… (pausa). Não consigo explicar. A ligação que o João tem com o Vicente salta à vista.
SEC – Cada dia, cada momento em que olho para o Vicente, vejo o João e vejo o nosso amor. Sinto claramente que o nosso filho é o resultado do nosso amor, um prolongamento. O João é muito presente. O parto foi de cesariana e foi ele quem primeiro pegou no Vicente. Foi dos momentos mais bonitos que já vivi, o momento em que o João teve o Vicente nos braços pela primeira vez. Foi, e está a ser, uma simbiose perfeita e aconteceu tudo de forma natural. Devido à condição do parto, foi o João a fazer tudo primeiro, desde dar o banho a mudar a fralda. Talvez por isto se tenha aproximado mais dele do que o habitual. É como transportar para o pai aquela ligação umbilical existente entre mãe e filho.
Como vivem as mudanças que estão a acontecer na vossa vida?
SEC – O lhar para ele supera tudo, as noites mal dormidas, os choros… Sinto que estamos diferentes, claro. Sinto que tudo isto é um acréscimo à nossa vida. Se no amor entre duas pessoas mantemos a nossa individualidade, quando temos um filho deixamos de ser nós para sermos o outro. Pelo menos, nos primeiros meses. Sem dúvida que me estou a modificar.
JC – Combinámos logo não dramatizar. Achamos que é importante viver o momento a cem por cento. Todos os dias descobrimos coisas novas e está a ser uma aprendizagem que vai durar até ao fim da nossa vida.
Como é que vão querer educar o vosso filho?
SEC – Queremos educá-lo no sentido da liberdade, apesar de todas as situações serem diferentes. Há uma coisa que o meu pai me disse: “Toda a gente vai querer dizer tudo e mais alguma coisa. Esqueçam isso de forma regrada. Vocês têm de aprender por vocês.” Claro que é sempre bom que nos auxiliem, que partilhem ensinamentos, mas vamos ter de aprender por nós.
JC – O Vicente tem tão pouco tempo de vida e já nos está a ensinar muito aos dois. O facto de dizermos que somos livres pode soar mal, mas vamos querer que ele perceba o verdadeiro sentido de liberdade. Porque é nisso que também nós nos focamos.
Portanto, levam à letra o conceito de que os filhos também pertencem ao Mundo.
SEC – Não sou nada obcecada com o Vicente. Nesta fase inicial é natural que seja um bocadinho, mas acho que nos vidramos no Vicente de uma forma saudável. Gerámos o Vicente e existimos a três. Ele é nosso neste sentido. No sentido em que existimos a dois, para depois haver um terceiro, que é ele. Mas ele tem a identidade dele e a individualidade dele. O facto de eu ter tirado o curso de Psicologia também está a ajudar a saber viver este momento.
JC – Achamos errado viver só para o nosso filho. Bom, vou tentar explicar isto da melhor forma, para que não pareça estranho nem seja mal interpretado: aquilo que sentimos é que parece que estamos a preparar o nosso filho para receber o Mundo e para o Mundo o receber a ele.
Falam muito no conceito de liberdade. Como é que agora defendem o espaço do casal?
SEC – Entre nós não há barreiras. Nesta fase é natural que estejamos dependentes. Do Vicente, acima de tudo. Já conversámos sobre o “nós” que estamos a viver agora. Não há muito tempo para namorar, mas vamos conseguindo dar uns beijinhos entre uma fralda e outra (risos).
JC – Estamos naquela fase em que eu digo à Sara: “Se precisares de alguma coisa, liga-me.” Porque só nos cruzamos na mudança de turnos dos cuidados do Vicente (risos). Não é bem assim, claro. O “nós” é a nossa próxima batalha, que vai ter a grande prova quando começarmos a deixar o Vicente mais vezes com os avós. Enquanto a Sara amamentar, não o podemos fazer durante muito tempo. Estamos a lidar bem com a situação. Por enquanto (risos).
Dentro do vosso conceito de liberdade há espaço para o casamento?
JC – Não tenho uma crença religiosa. A minha ideia de casar é celebrar a união. Acho que termos uma criança dá-nos outra legitimidade legal, mas, na verdade, a ideia do casamento é celebrarmos a nossa união. Se calhar, um dia peço a Sara em casamento, mas não vai ser o facto de termos o Vicente que vai forçar que sejamos marido e mulher de papel passado.
SEC – Poderá acontecer um dia, pela celebração do nosso amor, mas sem obrigações. A minha visão do amor e do casamento é muito romântica e, ao mesmo tempo, muito realista.
O João começou esta entrevista a dizer “sim, vamos ter mais filhos”, antes de qualquer pergunta. Quer comentar?
JC – Por mim, tínhamos já outro filho, sim (risos). Uma menina, a Alice.
SEC – Dava-me jeito que não fosse nos próximos nove meses (risos). Queremos aproveitar o Vicente, mas também queremos ter uma família maior. Agora, que temos um vencedor (significado de Vicente), vamos querer uma menina que cuida (significado de Alice).
Texto: Micaela Neves; Fotos: Luís Baltazar; Produção: Manuel Medeiro; Maquilhagem: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L'Oréal Professionnel; Cabelos: Sandro Morello
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