A apresentadora das madrugadas da SIC, Sara Santos, está devastada com a morte da filha e não descansa enquanto não for feita justiça.
A ex atriz estava grávida pela segunda vez e perdeu a filha na altura do parto, que aconteceu em fevereiro de 2018 às 30 semanas de gestação.
Sara Santos acusa o Hospital de São Bernardo, em Setúbal, e o médico que a assistiu no parto de negligência médica. E já avançou com um processo-crime, que deu entrada em tribunal em julho.
A apresentadora contou a sua história a Júlia Pinheiro e a João Paulo Rodrigues no programa Queridas Manhãs, na SIC.
«Era uma gravidez de risco porque eu já tinha algumas contrações, mas tudo indicava que estava tudo bem com a bebé. Nas ecografias indicava que estava tudo bem e normal com ela», começa por contar.
«Ainda ouvi o coração dela. E quando fui levada para o bloco, já não a ouvi chorar»
«Às 29 semanas, no dia 31 de janeiro fui parar ao Hospital São Bernardo com a tensão elevada, dores de cabeça. E lá a médica fez-me as análises necessárias, uma ecografia à bebé e estava tudo bem. Ao final de uma semana, no dia 6 de fevereiro, começo com contrações. Liguei ao meu médico em Lisboa e ele disse-me para ir para às urgências uma vez que estava com contrações de 15 em 15 minutos», explica.
«Cheguei ao mesmo hospital, fui ligada ao CTG. Ao fim de 5 a 10 minutos, o CTG revelou-se não tranquilizador. Ou seja, cada vez que tinha uma contração, o batimento cardíaco da bebé, caia. A bebé já estava em sofrimento», adianta.
«O que o médico teria de fazer? Uma cesariana. As enfermeiras mandaram chamar logo a equipa médica e pediatras. Quando o médico chegou, as enfermeiras disseram-lhe: “temos que a enviar já para a MAC (Maternidade Alfredo da Costa). O hospital não tem serviço neonatal. O médico gritou e disse: “ela não vai para lado nenhum. O médico aqui sou eu. E eu sei aquilo que vou fazer”», conta.
«Entretanto o CTG continuou a indicar que a minha filha estava em sofrimento, o ritmo cardiaco continuava a baixar até que ela perde o oxigénio. E mesmo assim, ele esperou mais uma hora. Estamos a falar da minha bebé estar três horas ligada ao CTG em sofrimento. E quando chegou às três horas e tal, as enfermeiras imploraram para ele me enviar para a MAC e ele diz: “agora já não há tempo.”», revela.
«Eu ainda vi a minha filha viva, na ecografia que ele me fez, ela ainda estava viva. Ainda ouvi o coração dela. E quando fui levada para o bloco, já não a ouvi chorar. Tentaram reanimá-la durante 10 minutos», diz com lágrimas nos olhos.
«Achei que o que tinha acontecido era normal. Disseram-me que ela era muito pequenina… Até que em abril decidi ir pedir segundas opiniões. E foi quando os médicos me disseram, todos me disseram o mesmo: “Sara, lamento, mas isto foi negligência médica.”»
Sara Santos sofre de vilite crónica. Que já tinha aquando do nascimento do primeiro filho, há 14 anos.
«Eu já tinha uma vilite crónica no meu primeiro filho. Ele nasce com 34 semanas e está cá. E se eu também tinha o mesmo problema palcentário com a minha filha, eles negligenciaram. Porque dizerem que não tinham uma ambulância ou que não tinham meios de me envira, diziam ao meu marido para me levar, logos nos primeiros 10 minutos. Ou deixa-se uma pessoa morrer porque não há uma ambulância?»
«Eu não tinha contrações no CTG, mas está escrito no relatório médico que tinha contrações palpáveis. Isto está escrito pelas enfermeiras» explica.
«Estou determinada e quero justiça. Os médicos não estão acima da lei. Isto é um lobbie. Eles protegem-se uns aos outros. falei com muitos médicos. Todos eles me disseram que foi negligência médica. E não querem dar a cara», acusa.
«Vou fazer justiça em nome da minha filha»
«Vou lutar com tudo aquilo que tenho até ao fim e vou fazer justiça em nome da minha filha. E de outros pais que não quero que passem pelo mesmo», atira.
Veja o vídeo aqui.
Ao Correio da Manhã, Sara terá dito: «Quero que o médico seja preso (…) A minha filha morreu por negligência (…) Sinto uma tristeza profunda.»
Contactado pelo mesmo jornal , o Hospital de São Bernardo emitiu um comunicado sobre o caso.
«A utente recorreu ao Serviço de Urgência sem trabalho de parto. Realizou CTG de rotina, que revelou uma situação fetal preocupante, sem registo de contrações. (…) Foi decidido transferir a grávida para uma unidade hospitalar com cuidados intensivos neonatais. Durante o tempo em que permaneceu na nossa urgência, verificou-se que a situação do feto não melhorava. Decidiu-se realizar de imediato a cesariana de emergência. O feto nasceu já morto», pode ler-se.
O hospital diz ainda que a apresentadora do programa das madrugadas Beach Party foi sempre acompanhada noutra unidade de saúde.
«O relatório consta do processo clínico e é esclarecedor da causa de morte fetal, resultante de uma situação clínica com a qual o hospital foi confrontado na fase final, uma vez que a gravidez era efetuada noutra instituição.»
A apresentadora da SIC é casada com Carlos André, e tem um filho, Carlos, de 14 anos. «São a minha grande ajuda. O meu filho é que me mantém agarrada à vida», afirma Sara Santos.
Fotos: reprodução Facebook
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