António Raminhos
O transtorno obsessivo-compulsivo, a morte da mãe e a história de amor com Catarina

Nacional

António Raminhos abre o coração a Júlia Pinheiro: «Isto traz ansiedade e sofrimento!»

Seg, 12/10/2020 - 17:21

António Raminhos marcou presença no programa Júlia, da SIC, desta segunda-feira, dia 12 de outubro, e, entre vários assuntos, falou sobre o transtorno obsessivo-compulsivo que tem «desde pequenino». 

«Lembro-me de ter pisado um papel sujo de uma coisa vermelha e pensar que era sangue e ter ido para casa a pensar: ‘E se agora está no meu sapato, o sapato está em casa, o pé está contaminado, já deixei cair comida e comi, será que estou doente?’ Isto traz ansiedade e sofrimento! Tenho uma falha neuroquímica, tenho pensamentos repetidos. Fico centrado nisso e não é porque eu queira», começa por revelar. 

O momento em que «não era capaz de sair de casa»

«Com 20 anos», o humorista ligou à irmã «a chorar, porque não era capaz de sair de casa» para ir para a faculdade. «Não era capaz de entrar no autocarro, de tocar nos sítios. O contrariar isto causava-me ansiedade… um nível de desconforto… é ter todas as doenças e não ter doença nenhuma», continua. 

Foi «a três ou quatro psicólogos até acertar» naquele que mais gostou, com quem ainda fala hoje, quando sente necessidade. Pelo meio, descobriu na meditação uma arma para combater o seu problema. 

O comediante frisa que a mulher, Catarina Raminhos, «já passou um mau bocado». «Já são 20 anos. Não sabia o que era quando começámos a namorar», diz.

O história de amor do casal foi outro dos temas da conversa. Júlia Pinheiro pediu ao convidado que falasse do caricato pedido de namoro. «8h30 da manhã, numa esplanada no Colombo, com dois pombos a olhar. Foi engraçado. A Catarina não fazia o meu género, mas começou a crescer ali qualquer coisa. Chegou um dia em que tive de dizer o que sentia. Disse-lhe:’Amanhã de manhã tenho que falar contigo’. Era o único sítio que estava aberto», conta. Os dois estudavam juntos na Escola Superior de Comunicação Social. 

Catarina disse-lhe que, independentemente do que acontecesse, iam ser sempre amigos. «Está bem, eu queria outra coisa, mas disse que estava bem», brinca. 

Casaram-se em 2007 e são pais de três meninas, as Marias, que chegou a ser o nome de um espetáculo do humorista. 

A morte da mãe 

A terceira filha nasceu poucos antes de a mãe de Raminhos ter morrido vítima de cancro, há quatro anos. Estava nos cuidados paliativos. «Chorei muito duas vezes na minha vida, quando a minha primeira filha nasceu e quando a minha mãe morreu», enumera.

A entrevista termina com um apelo do divertido ator: «Se sentem que algo não está bem, procurem ajuda. Não vale a pena guarda. Psicólogos não é só para ricos. O meu primeiro psicólogo era do SNS… as minhas filhas quando precisam vão ao psicólogo no SNS. Procurem ajuda», frisa. 

Texto: Ivan Silva

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