Uma leucemia roubou a vida da mãe de António Pedro Cerdeira, a 19 de julho, o dia que marcou o arranque das gravações de Nazaré para o ator. Em conversa com a VIP, o Nuno da novela da SIC fala abertamente sobre a morte da progenitora e do «luto que nunca se supera».
«Aprendemos a lidar com as coisas. Ainda não penso a cem por cento nas coisas de forma consciente… Há recordações e hábitos que, por enquanto, evito. Vou abrindo as ‘caixinhas’ aos poucos. Por outro lado, tenho hábitos como telefonar para ela… Depois é que cai a ficha. É um processo», assume o ator.
«A saudade é uma coisa eterna e está comigo», desabafa ainda, recordando aquele que acabou por ser um arranque ensombrado de um projeto: «O primeiro dia em que comecei a gravar esta novela foi quando recebi a notícia do hospital de que ela iria morrer. Eu estava a gravar quando ela morreu. E fui gravar a seguir.»
«Eu era um corpo, já não estava ali»
Naquele momento, Cerdeira dividia o plateau com Sandra Barata Belo. «Acabei essa cena e depois já não fiz mais nesse dia». E como se acaba de gravar aquela cena? «A voar», atira o ator. «Não me lembro literalmente do que disse, do que fiz… Não me lembro, não tenho consciência. Acho que já não estava ali. Eu era um corpo, já não estava ali. Mas quis acabar a cena. Depois, nem pedi dias, nem nada, porque calhou ter dois dias sem gravações. Passados esses dias, estava novamente a gravar.»
Para o ator, «era essencial» o regresso ao trabalho o quanto antes. «Ajuda-me e é uma forma de espairecer. Eu preciso. Há algumas rotinas de que preciso», justifica, agradecendo de igual forma o «muito apoio» que recebeu por parte dos colegas da novela da SIC.
Texto: Ana Filipe Silveira e Dúlio Silva | Fotografias: Impala e reprodução redes sociais
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