Ângela não desiste da sua luta de engravidar do marido já morto, mas o «prazo» para o conseguir está cada vez mais escasso. A mulher que emocionou Portugal com a sua história de amor com Hugo na minissérie [de quatro episódios da TVI] – Amor sem Fim – esteve ao lado de Fátima Lopes, na TVI, e continua à espera de respostas.
Ângela, de 32 anos, viajou até Espanha, onde é permitida a inseminação artificial post-mortem, para expor o seu caso a um especialista e pedir ajuda. Atualmente, a solução será recolher o esperma de Hugo do Hospital de São João, no Porto, viajar para o país vizinho e recorrer ao processo de inseminação numa clínica especializada.
«Mesmo com esta exposição toda não há respostas de quem devia haver», começa por dizer Ângela. «Continuo com a esperança que, mesmo que não me deixem fazer as coisas cá, me deixem levantar o material e fazê-lo noutro sítio (…) Em Espanha demora uma semana», constata. «E não há problemas se o dador já tiver falecido. Eles só colocam um limite: tem que ser até fazer um ano da morte: teria até 25 de março para o fazer. Sinto que estou em contra-relógio», revela.
«No início o problema era o Hospital de S. João não responder, estava a fazer isto tudo sem saber se havia material. Agora já respondeu, dizendo que não ia proceder à destruição do mesmo», conta. Contudo,continua sem autorização para o recolher. «Para levantar o material tinha de ser o Hugo a assinar o documento e fazê-lo. E porque é que o documento assinado por ele, que me permite a mim fazê-lo não é válido? É assinado por ele na mesma. Ficou tudo escrito», questiona-se, revoltada.
E se a inseminação artificial falhar?
De seguida, a apresentadora de A Tarde é Sua, da TVI, perguntou a Ângela aquilo que todos gostavam de saber: E se a inseminação artificial falhar? «Pergunto-lhe isto porque eu fiz tratamentos para engravidar», referiu Fátima Lopes.
«O não é sempre garantido em tudo. Tenho esse receio se tiver que recorrer a Espanha. Como o tempo é muito curto… passando o dia 25 de março, se não tiver nenhum resultado, não posso recorrer a outro. Ou engravido até dia 25 de março, em Espanha, ou não engravido (…) está a contar», responde.
«Porque é que no meu caso ninguém abre a boca? Eu já pedi, já mandei cartas [para o Presidente da República, inclusive], porque é que ninguém, diz nada? Estou a correr contra o tempo sem garantias de nada», diz.
«Que vida tem hoje a Ângela?»
Fátima Lopes, solidária com Ângela, questiona-a: «Que vida tem hoje?» A cabeleireria responde: «A minha vida é estudar, trabalhar e lutar. É uma mistura de emoções mas tento abstrair-me um bocadinho. Agora é a esperar.»
Reconhecida na rua, após a reportagem ter passado na TVI, Ângela mostra-se contente com o feedback que tem tido por parte dos portugueses. «Pelo menos até agora todas as pessoas que vieram ter comigo mostraram que me estão a apoiar. Têm sido fantásticas.»
«Quer ter mais do que um filho do Hugo, nestas circunstâncias?»
Fátima Lopes termina a entrevista a Ângela com mais uma pergunta: «Quer ter mais do que um filho do Hugo, nestas circunstâncias?» Ângela explica: «Quero cumprir o nosso sonho e ter um filho. Se quero repetir o processo? Penso que não. Não tinha pensado nisso sou sincera. Já está tão difícil para conseguir um.»
«A doença pode ter levado o Hugo, mas o amor é que ocupou o lugar desta relação», termina Fátima Lopes.
Texto: Joana Dantas Rebelo, Fotos: Redes Sociais
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