Hoje dá cartas nas passerelles internacionais e é uma das modelos mais requisitadas. No entanto, se há oito anos a moda não se tivesse cruzado no seu caminho, as perspectivas de vida teriam sido bastante diferentes.
VIP – É hoje uma mulher muito diferente da menina que foi descoberta?
Ana Sofia – Sim. Hoje em dia sou uma miúda segura, de bem com a vida, vivo muito mais o presente e tornei-me uma cidadã do mundo. Há oito anos tinha muitos complexos com o meu corpo, estava sempre de "trombas" para o mundo – às vezes ainda estou – (risos), vivia triste com as minhas circunstâncias e nunca tinha saído de Portugal.
Numa entrevista disse que um determinado acontecimento a levou a procurar a agência que a tinha descoberto. O que se passou?
A minha família estava a passar por muitas dificuldades financeiras depois de perderem ambos os restaurantes. Com isso vieram as dívidas aos fornecedores. Posso dizer que atingimos o fundo do poço.
Não vivia com a sua família biológica. Como foi a sua infância?
Nasci em Lisboa e cresci em Carnaxide. Vivi com a minha família biológica até aos quatro anos e as memórias desse tempo não são as mais felizes devido à instabilidade da minha mãe. Depois, eu e o meu irmão Sandro (há mais irmãos, mas somos os únicos da mesma mãe e mesmo pai) fomos viver com os padrinhos dele, que eram os melhores amigos dos meus pais. Vivíamos num bairro mau, mas o meu pai pôs-nos a estudar num colégio privado no Restelo, o que foi muito importante na nossa formação. Tive partes na minha infância terríveis, mas todas as memórias felizes que tenho com o meu irmão fazem-me esquecer tudo o que foi mau.
Tinha 15 anos quando foi para fora a primeira vez. Chorou muitas vezes?
Sofri muito com saudades do meu mundo… saudades da escola, quem diria (risos). Muitas saudades dos meus amigos e da minha rotina. Chorei muitas noites, fazia birras infinitas, mas tudo sozinha. Sempre gostei de mostrar a "Sofia forte" ao mundo. Só eu sei o que me custou.
Tem namorado?
Não tenho namorado há quase um ano e meio, porque não tenho tempo nem paciência para joguinhos. Já tive um namorado e era do meu meio, sempre respeitou a minha exposição, mesmo sendo uma pessoa muito discreta.
Fale-me do ballet…
Ai,ai, o ballet… Sempre adorei dançar, mas nunca houve um grande incentivo para isso por causa da falta de dinheiro. Então, já adulta, decidi ir atrás desse sonho e realizar-me pessoalmente. Quando comecei, estava tão obcecada, que me magoei no joelho e precisei de três meses de fisioterapia. Mas assim que tive oportunidade retomei, porque ajuda-me na postura e dá-me umas pernas lindas, o que nesta profissão vem mesmo a calhar.
Como se imagina daqui a 20 anos?
Daqui a 20 anos terei 43. Hoje em dia uma pessoa de 43 anos é considerada jovem e com tempo para tudo. Transpondo isto para quando eu tiver essa idade acho que ainda estarei a aprender sobre mim e sobre o mundo. Acho que é essa sede de sabedoria que mantém as pessoas com um espírito jovem. Espero ter pelo menos três filhos e que a minha família esteja feliz e cheia de saúde… Daqui a 20 anos falamos outra vez!
Texto: Carla Simone Costa; Fotos: Helena Morais
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