Ana Marta Ferreira, de 26 anos, estreou-se em televisão com apenas nove anos, mas nem tudo foi um mar de rosas desde que se tornou ‘famosa’. A atriz deu uma entrevista intimista a Daniel Oliveira, este sábado, 13 de março, na SIC, e falou sobre os altos e baixos da sua vida de coração aberto.
Martinha, como é carinhosamente tratada, viveu uma fase complicada, após ficar sem emprego e ser rejeitada em inúmeros castings. A atriz da SIC admite ter passado por uma “fase muito sombria” durante a adolescência. “Muita noite”, “más companhias” e “muitos disparates” levaram-na a bater no fundo e a ter que pedir ajuda psicológica.
“Uma noite estava com uns supostos amigos, já tinha perdido a minha irmã e o meu telemóvel quando acordei para a vida”, começa por relatar um episódio. Ana Marta diz ter sido “deixada no meio Serra de Sinta, às 3h da manhã” depois de uma festa.
“A minha mãe apertou comigo (…) Tive de pedir ajuda psicológica. Tive noção de que estava mal”, recorda.
“Só me estava a destruir a mim. Fiz muitas coisas inconscientes. Alcóol, drogas, exageros (…) Quero guardar estes momentos e não os voltar a repetir”, garante.
Contudo, Ana Marta Ferreira não esquece o que viu na época em que saída à noite. “As pessoas não têm noção do que se passa na noite. Vi miúdos de 12, 13 anos deitados no chão, bêbedos.”
“Os meus pais sempre foram liberais mas muito protetores. Sempre fui muito precoce em tudo, como comecei a trabalhar muito cedo sempre fui muito independente. Confiavam em mim”, diz.
O desafio da maternidade
Ana Marta Ferreira estreou-se no mundo da maternidade aos 22 anos. Vasco, agora com cinco anos, é o grande amor da vida da atriz. “O Vasquinho deu-me muita força para ser mais e melhor. “
“Tenho imenso medo que o meu filho deixe de gostar de mim. É o meu maior medo”, confessa, de lágrimas nos olhos.
“Adorei estar grávida”, afirma, porém, “o parto foi assustador.” “Estava tao nervosa. Tive parto normal, a primeira vez que vi o meu filho não consegui parar de chorar (…) Tinha 22 anos, era uma miúda.”
A relação de Marta com o filho é de grande cumplicidade. “Sou muito transparente com ele. Se tiver de chorar choro”, explica.
“É um amor que não se explica. Morria por ele, nem pensava duas vezes.”
Vasquinho é fruto da relação de Marta com André Chaves, terminada em 2018. “Não está todas as semanas comigo”, conta.
O aborto aos 18 anos
Daniel Oliveira questiona de seguida a convidada: “Qual foi a coisa que fizeste que mais medo te deu?”
A atriz não hesita: “Há uns anos, ainda era muito miúda, fiz um aborto. Não era a altura certa, não a pessoa certa. Só consegui contar muito tarde aos meus pais, foi tudo muito, sabes? Isso foi o que me deu mais medo de fazer na vida.”
Ana Marta tinha 18 anos na altura. “Não foi uma coisa tomada de ânimo leve, como é óbvio. Não dava naquela altura, era impossível. Isso se calhar também me veio trazer muitas coisas que me levaram a outros sítios (…) Não posso dizer que me arrependo hoje em dia, acho que foi a coisa certa na altura. Mal descobri que estava grávida, soube que não ia acontecer. Tive medo. Da reação dos meus pais, de desiludir, da situação toda em si, do que tinha de fazer, mas era mais a coisa de desiludir. ‘Pronto já fiz mais um disparate, mais uma coisa que não devia ter feito’.»
Marta revela que, até hoje, não contou ao ‘envolvido’ o que aconteceu. “Só os meus pais e os meus irmãos souberam. Quem esteve envolvido não vai saber.”
“Quando fiz vi mulheres a banalizar isso. Uma mulher ao meu lado dizia que era o quinto aborto que estava a fazer. Nunca teria abortado se as condições fossem boas. Nem era a coisa de ter 18 anos, era tudo o resto.” Marta revela que, mais uma vez, os progenitores foram o seu maior apoio. “Os meus pais mais uma vez foram fantásticos. Foram incríveis. Tive muita sorte.”
“Quando engravidei do Vasquinho, e já foi consciente, tive muitas jovens adultas a mandarem mensagens. A dizer que não tinham apoio. Não sabia o que havia de responder”, relembra.
Ana Marta pertence, atualmente, ao elenco da novela da “A Serra”, da SIC. Na trama, a atriz interpreta o papel de Jacinta.
Texto: Joana Dantas Rebelo, Fotos: SIC e redes sociais
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