Alexandre Pais
Volta a reagir à polémica com Maria Botelho Moniz: “Preparado para ler o que vier”

Nacional

Alexandre Pais está no centro da polémica desde a crónica que escreveu sobre Maria Botelho Moniz e Cristina Ferreira. Agora, voltou a falar sobre o assunto: “Percebe-se a hipocrisia ululante”.

Sáb, 08/04/2023 - 14:00

Alexandre Pais não ficou indiferente à polémica causada pela crónica que escreveu sobre Maria Botelho Moniz e Cristina Ferreira.

Desde o dia em que Cristina Ferreira partilhou a sua indignação que ambas as apresentadores receberam uma onda de solidariedade impar, classificando Alexandre Pais com adjetivos muito pouco simpáticos.

O cronista decidiu voltar a falar e escrever sobre este movimento solidário numa nova crónica no mesmo jornal diário. “Despedidas pela televisão sob a duvidosa alegação de ‘justa causa’ e tratadas como lixo, duas mulheres foram submetidas na AR a penosos interrogatórios. Não por acaso, não mereceram a solidariedade cega oferecida às figuras da TV ungidas com os óleos da veneração permanente. Percebe-se a hipocrisia ululante. Essas gestoras são mulheres, sim, mas. Cometeram os pecados do sucesso sem gritarias, da formação académica efetiva, da competência com resultados. E ganham demasiado bem para que a inveja e o terrorismo social as defendam. Para mais, uma delas é estrangeira, o que coloca ambas ao nível da “celulite” da Kardashian ou dos “dentinhos não muito alinhados” de Marta Temido, a que Cristina Ferreira tão ‘respeitosamente’ se referiu”, começa por ler-se numa clara comparação a Christine Ourmières-Widener e a Alexandra Reis na polémica com a TAP.

Alexandre Pais tocou também na polémica do Curto Circuito com Maria Botelho Moniz

Alexandre Pais vai mais longe. “Diz-me quem levou com os estilhaços da minha crónica maldita, que foi um festival: de ‘velhadas’ e ‘nojento’ a ‘doente mental’ ou ‘morto que ainda não deu por isso’, de tudo o preconceito ‘autorizado’ me apelidou, na vã tentativa de me atingir. Sou um veterano de mil batalhas e sei que ao pronunciar-me sobre os outros terei de estar preparado para ouvir e ler o que vier. Lamento apenas a tranquilidade perdida pelos que me são próximos – outras mulheres sem direito a serem protegidas da barbárie. Digam o que disserem, serei até ao fim defensor das minorias, das diferenças e dos excluídos – é esse o meu lado da trincheira. Mais: morrerei antirracista, anti-homofóbico, antimachista, antifundamentalista e anti-falta de banho. E um anarco-individualista tão desalinhado e impertinente quanto mo permitirem a lucidez e a lei – não as ‘petites vedettes’ da TV. Não tenho medo de ser ‘cancelado’ ou ‘excluído’ por emitir opinião, estejam à vontade”, acrescentou.

“Em agosto de 2020, elogiei aqui o “estilo despojado, genuíno e profundamente empático” de Maria Botelho Moniz, interrogando-me se ela teria na TVI “as oportunidades que o seu talento justificava”. Tanta ‘maldade’! Agora, avisado da forte probabilidade do seu afastamento e com o propósito de a defender, assinei um texto não ofensivo mas inconveniente, porventura tão infeliz como o deplorável “alugar o pipi” com que Maria destroçou Sofia Sousa e a filha bebé, no ‘Curto Circuito’, anos atrás. Terei de viver com essa pena”, escreveu ainda, para depois terminar:

“Ao apedrejamento dos ressabiados das redes e ao ódio dos bajuladores da patroa respondo com as palavras de Diogo Dantas, quando definiu, no ‘Observador’, a liberdade de expressão como “o alicerce com que foi criada a nossa civilização (…)”, lê-se.

Texto: Ana Lúcia Sousa

Siga a Revista VIP no Instagram