SuperNanny
Mãe de Margarida quebra o silêncio e confessa: «Vi uma salvação para mim»

Nacional

Leia as declarações de Patrícia Mateus que pela primeira vez fala abertamente sobre a participação no programa Supernanny

Qua, 21/02/2018 - 15:40

Margarida, de sete anos, apelidada de «Furacão Margarida», foi a primeira criança a participar no programa «Supernanny», emitido no dia 14 de janeiro do presente ano.

Cerca de um mês após a emissão do primeiro episódio do polémico formato, entretanto cancelado, Patrícia Mateus mãe da menor, quis esclarecer algumas questões que ainda hoje são o centro da atenção pública.

«A Margarida agora está quase 100% diferente do que era», começou por revelar. 

Claramente feliz com os resultados, Patrícia Mateus afirmou estar agradecida à Supernanny Teresa Paula Mateus, apesar de lamentar toda o mediatismo provocado pelo formato da estação de Carnaxide.

«A minha filha melhorou, eu melhorei, porque também precisava de ajuda. Eu não me sabia impor. E, vou ser sincera, só tenho a dizer bem do programa. Estou agradecida por ter aparecido. Tenho pena é que tenha gerado isto tudo», lamentou. 

Patrícia Mateus disse estar indignada com a ação da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos de Protecção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ), que contactou a mãe logo quando saíram as primeiras promoções do programa. A mãe de Margarida foi chamada à CPCJ de Loures, onde deu o seu consentimento para a intervenção da instituição no programa. Contudo, hoje garante que a Comissão não prestou qualquer apoio.

«Eles [Comissão de Protecção das Crianças e Jovens de Loures] não quiseram saber de nada. Só quiseram saber que os pais violaram os direitos da criança. Ninguém nos pergunta como estão os nossos filhos»

Quando questionada sobre o impacto nacional que «Supernanny» teve, Patrícia Mateus comentou: «Fiquei surpreendida. Via o programa lá fora e nunca pensei que em Portugal se fizesse este alarido todo»

«Vi no programa uma salvação»

Foi através de um ATL, em Loures, que Margarida frequenta, que Patrícia Mateus teve o primeiro contacto com o programa. De acordo com a mãe, foi o centro de estudos que encaminhou o pedido da produtora a vários pais, cujos filhos integravam aquele o referido espaço.

«Vi num programa uma salvação», relata Patrícia Mateus. Seguida por uma psicóloga antes do programa, Margarida «tinha atitudes agressivas» que, segundo a mãe, apenas se revelaram «depois de nascer a primeira irmã do lado do pai».

De acordo com Patrícia, a psicóloga apenas a aconselhava a ter «paciência», deixando-a sem saber o que fazer perante as crises da filha. E foi nesse «desespero» que a mãe da menina viu na «Supernanny» uma solução.

No que diz respeito aos tão falados mil euros que cada família alegadamente recebeu como «contrapartida» por participar no programa, Patricaa garantiu que não recorreu ao programa por questões financeiras.

«No casting não falaram em qualquer contrapartida. Colocam uma série de questões para ver se os nossos filhos se enquadram e depois vão ter connosco. Tanto que a parte monetária só nos é revelada quando vem o acordo para assinarmos. Já foi na parte em que estamos seleccionados».

Patrícia Mateus ainda explicou que os mil euros são destinados «para as criança».

«São mil euros, mas é num cartão para a criança. É um cartão do Continente chamado ‘Dá’. Sou sincera, só queria tentar solucionar a minha situação. Tenho a minha consciência limpa.»

Mãe nega pedido de retirada de imagens

Questionada sobre o facto da Comissão ter pedido a retirada das imagens, nomeadamente, as que se encontram em plataformas online, Patrícia Mateus negou ter tido algum envolvimento nessa decisão, tendo sido alegadamente uma posição tomada pelo pai da criança, Luís Botelho.

«Não concordei, porque nem sequer me foi perguntado se eu queria retirar as imagens. O pai é que exigiu. Passaram 15 dias de spots publicitários e ele [Luís Botelho] só na sexta-feira antes [à transmissão do episódio] é que fez o pedido».

Patrícia Mateus está separada de Luís Botelho e considera-se mãe solteira. De acordo com a mesma, nos últimos quatro anos tem criado a filha apenas com o apoio dos pais.

Terceiro episódio vai ser visionado em tribunal

Esta terça-feira, 20 de fevereiro, arrancou finalmente a audiência sobre o polémico formato da SIC.Depois de vários contratempos, a audiência focou-se na revogação de consentimento de uma família que participou no programa, no que concerne os direitos de imagem dos menores em causa, e na visionamento do terceiro episódio gravado… o que acabou por ficar adiado para a segunda audiência, agendada para dois de março.

Na audiência estiveram presentes representantes legais das famílias que participaram nos dois episódios transmitidos, no dia 14 e 21 de janeiro, tal como os mandatários judiciais da terceira família, cujo episódio  não chegou a ir para o ar. Estiveram ainda os advogados que representam a SIC e a Warner Brothers Portugal e o Ministério Publico, em nome das crianças. Teresa Paula Marques, a psicóloga do formato, também esteve em tribunal.

Texto: Mafalda Silva; Fotos: Paula Alveno

 

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