Após o discurso inesquecível na edição deste ano dos Golden Globes, Oprah Winfrey, 63 anos, vive um momento difícil na sua vida. O estado da Califórnia, nos Estados Unidos da América, está a ser alvo de cheias brutais que estão a destruir as casas e as vidas de milhares de pessoas.
A apresentadora quis partilhar um vídeo com os fãs para mostrar como ficou a sua propriedade em Montecito:
«Obrigada a todos pelas mensagens de carinho e apoio. A minha propriedade não está danificada. Os meus vizinhos estão muito pior».
A chuva intensa. que atingiu sobretudo as zonas afetadas pelos incêndios, provocou inúmeras inundações e deslizamentos de terras. A lama destruiu casas, algumas estradas foram cortadas, oito pessoas foram resgatadas e cinco morreram.
Discurso inspirador gera movimento «Oprah 2020»
Na madrugada de segunda-feira, Oprah Winfrey recebeu o prémio cecil B. Demille nos Golden Globes. O discurso da apresentadora foi de tal forma inspirador que espoletou um movimento de apoio a uma possível candidatura à presidência dos EUA. Oprah nunca manifestou abertamente vontade de fazer carreira na política mas, a avaliar pelas palavras proferidas nos Golden Globes, o poder da retórica está lá.
«O que sei com toda a certeza é que dizer a verdade é a arma mais poderosa que todos temos e sinto-me especialmente inspirada e orgulhosa por cada mulher que teve a coragem de falar e partilhar a sua história», começou por dizer Oprah.
«Este ano, nós tornámo-nos a história. Mas não é apenas a história da indústria cinematográfica. É uma história que transcende qualquer cultura, geografia, raça, religião, política ou local de trabalho», prosseguiu, afirmando que os abusos no sector, tornados públicos em 2017, são a história de muitas mulheres «cujo nome nunca se conhecerá».
O discurso da apresentadora norte-americana foi dirigido às mulheres, numa altura em que a discriminação de género, o abuso e o assédio sexual são temas que estão na ordem do dia.
«Quero expressar a minha gratidão a todas as mulheres que aturaram anos de abusos e assédio, porque, tal como a minha mãe, têm filhos para alimentar e contas para pagar e sonhos para perseguir», disse. «São trabalhadoras domésticas, que trabalham em fábricas e restaurantes, em engenharia, ciência, em política e são parte do mundo tecnológico, são atletas nos Olímpicos e militares», apontou.
«Durante demasiado tempo, as mulheres não foram ouvidas e eram desacreditadas se ousassem falar a sua verdade contra o poder desses homens, mas o tempo deles acabou», sublinhou. «Time’s Up» (Acabou-se o tempo), repetiu Winfrey, usando o lema que designa o recém-criado fundo lançado por mais de 300 mulheres poderosas de Hollywood destinado a ajudar mulheres menos privilegiadas a defenderem-se de possíveis abusos sexuais no local de trabalho.
«Há um novo dia no horizonte e quando esse novo dia finalmente nascer, será por causa de muitas mulheres magíficas, muitas das quais estão aqui nesta sala, e por muitos homens fenomenais, que lutam para nos conduzir ao momento em que mais ninguém tenha de dizer ‘Me too’», concluiu.
A também produtora e empresária recordou ainda que quando, em criança, assistiu pela televisão a cerimónia dos Óscares na qual Sidney Poitier venceu com o Óscar de Melhor Ator [o primeiro negro a receber tal prémio]. O mesmo Sidney Poitier que viria a ser distinguido também com o Cecil B. DeMille nos Globos de Ouro de 1982.
«Tentei muitas, muitas vezes explicar o que aquele momento significou para uma menina, para uma criança que estava a ver a cerimónia enquanto a mãe chegava a casa cansada de limpar a casa dos outros», confessou. «Tenho para mim que, neste momento, haverá alguma menina a ver-me transformar na primeira mulher negra a receber este mesmo prémio», afirmou Oprah, que dedicou o galardão a essas crianças e mulheres que levantaram a sua voz contra abusos e injustiças.
Fotos: D.R.
Siga a Revista VIP no Instagram