Dez da manhã no Tribunal da Comarca de Lisboa, Campus de Justiça. Reunidos estão os advogados de defesa de Manuel Maria Carrilho, o advogado de Bárbara Guimarães, a procuradora do Ministério Público (MP) e juíza Joana Ferrer para as alegações finais das acusações de violência doméstica e difamação – ao todo 22 crimes – imputadas ao antigo ministro da cultura.
A sessão começa com o advogado de Carrilho, Paulo Sá e Cunha, a pedir tempo para preparar a defesa, por causa de recentes factos aditados ao processo.
«É muita alteração em tão pouco tempo. Estando a defesa empenhada numa decisão o mais célere possível, vem requerer ao tribunal que seja concedido o prazo de 45 minutos para preparar a defesa.»
Às 10h42 da manhã, a sessão é retomada com a apresentação por parte da defesa de um novo documento para refutar as acusações de difamação agravada. Trata-se de uma notícia datada do dia 25 de outubro de 2013 do «Correio da Manhã» que a defesa considerou importante mas que originou alguma incompreensão por parte do MP e de Pedro Reis.
«Era só o que faltava que o arguido confrontado com o aditamento dos factos não se pudesse defender», afirma Paulo Sá e Cunha perante a «incompreensão» manifestada pelo advogado de Bárbara Guimarães e a procuradora.
Estes elementos consideraram «incompreensível» e «irrelevante» o documento apresentado e Pedro Reis apontou ainda:
«Trata-se de uma manobra dilatória para baralhar os factos apresentados em tribunal. O documento em causa não pode deixar de ser indeferido.»
Perante a troca de algumas interjeições entre os dois lados do caso, a juíza termina o assunto, alegando que «não há qualquer interesse na junção destes documentos» e vai mais longe:
«Para admitir documentos, os mesmos têm de ter relevância, pelo menos em benefício da natureza».
Dito isto, a procuradora do Ministério Público iniciou as suas alegações finais que viriam a durar três horas.
Nestas declarações o MP foi implacável, dando como provadas todas as acusações de que Carrilho está a ser acusado.
Alegações finais de Ministério Público arrasadoras
Durante os primeiros 30 minutos, a procuradora elaborou um longo discurso onde enunciava todas as características, já estudadas, de um caso comum de violência doméstica, vindo depois fazer a ligação entre estas características e o comportamento de Manuel Maria Carrilho.
Tendo em conta a demora por parte da apresentadora em apresentar queixa de violência doméstica, a procuradora afirma:
«As vítimas de violência doméstica têm dificuldade em fazer a denúncia, levando meses ou mesmo anos a fazê-lo».
De acordo com o MP, a vergonha sentida por Bárbara Guimarães e a preocupação «genuína» com os filhos foram os principais factores para adiar a queixa que se viria a tornar real em outubro de 2013.
Ao longo de uma lista de mais de 80 pontos, a procuradora percorreu todos os acontecimentos do processo, desde as entrevistas dadas por Carrilho, às testemunhas das marcas que a apresentadora tinha pelo corpo, passando por fotografias de nódoas negras da assistente que não poderiam ter sido fruto de uma queda ou auto-infligidas, dando-as, todas, como provadas.
«É o próprio comportamento do arguido que o denuncia.»
O MP continuou, alegando que Manuel Maria Carrilho usa os filhos como «bola de arremesso» e que «pouco ou nada no seu comportamento efetivo mostra preocupação genuína».
«Foi o próprio arguido que mostrou as revistas ao filho, Dinis, menor de idade. Nunca o poupou às várias intenções judiciais. Colocou o filho no centro da batalha.»
Manuel Maria Carrilho, para além de ser acusado de violência doméstica, está a ser também julgado por 22 crimes de difamação agravada.
«É manifesta a sua vontade de denegrir a imagem da assistente e de eternizar o julgamento em praça pública.»
As entrevistas dadas pelo professor universitário estiveram no centro do discurso do Ministério Público, que o acusa de procurar essas revistas e assim alimentar a polémica causando dor e sofrimento a Bárbara Guimarães.
«As entrevistas tiveram o propósito de atingir, de a descredibilizar e destruí-la mesmo que para isso os filhos tenham servido de bola de arremesso.»
Segundo a procuradora, as revistas «Mariana» e «Lux» chegaram a ser contactadas pelo próprio arguido, manifestando assim essa vontade de perpetuar o assunto e destruir a imagem da ex-mulher.
Saiba mais aqui.
Fotos: D.R.
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