É uma sentença histórica. Pela primeira vez, um político português é condenado pelo crime de violência doméstica. Manuel Maria Carrilho, antigo ministro da Cultura, membro do Partido Socialista, foi considerado culpado dos crimes de violência doméstica, denúncia caluniosa, ofensas à integridade física e injúrias contra a ex-mulher, Bárbara Guimarães.
Nas redes sociais, várias figuras públicas já se pronunciaram sobre a sentença.
«Recordar a força e a dignidade da Bárbara Guimarães desde o início, sem recorrer à imprensa e protegendo os filhos. Do outro lado, o oposto. Foi a miséria moral», escreveu nas redes sociais a deputada do PS, Isabel Moreira, na legenda da imagem que remete à notícia da condenação de Manuel Maria Carrilho.
Manuel Maria Carrilho, de 66 anos, foi condenado esta terça-feira, dia 31 de outubro, a quatro anos e meio de pena suspensa. Os juízes consideraram que antigo ministro não mostrou arrependimento pelos crimes de violência doméstica, ameaça, denúncia caluniosa, ofensas à integridade física e injúrias contra Bárbara Guimarães, o ex-namorado da apresentadora, o empresário Kiki Neves, e um amigo da mesma, Ricardo Pereira. De todos os crimes, Carrilho foi absolvido apenas em dois, por ameaça e outro de difamação, a um amigo de Bárbara, Luís Cláudio Pereira.
A ex-apresentadora Felipa Garnel, amiga de longa data de Bárbara Guimarães, escreveu um longo texto no Instagram acompanhado de uma fotografia de Carrilho, na qual o político surge a sorrir.
«Espero que hoje, após ser condenado pelos crimes de violência doméstica, ameaças e ofensas à integridade física contra a ex-mulher, Carrilho perca este sorriso com que durante 3 longos anos, entrou e saíu do tribunal. A juíza decretou quatro anos e meio de pena suspensa e ordenou que deixasse em paz a ex-mulher e os filhos. Sol de pouca dura pois, segundo sei, minutos após a sentença ser lida, à saída do edifício, Carrilho não se coibiu de insultar Bárbara, mais uma vez. Talvez só se cale mesmo se, em vez da pena suspensa, passar uns bons tempos atrás das grades, como deveria acontecer a todos os condenados por violência doméstica.»
Felipa foi testemunha da apresentadora em dois processos contra Carrilho e, recorda, não se lembra de ler «nada tão sujo, tão demolidor, tão ofensivo, tão ignóbil». «Ninguém, nem eu própria, apesar de estar por perto, consegue imaginar o calvário pelo qual Bárbara passou ao longo destes últimos anos, um “inferno” que lhe deixou e deixará marcas para sempre». Felipa concluíu o testamento dando força à amiga e afirmando que a justiça foi «leve» com Carrilho.
Reações à condenação do «ex» de Bárbara Guimarães
«Criminoso», foi assim que o ator Miguel Monteiro se dirigiu ao político português. Publicou uma fotografia de Carrilho nas redes sociais e escreveu na legenda:
«Criminoso. Condenado pelo tribunal pelos crimes de violência doméstica, ameaças, ofensas à integridade física e injúrias contra a sua ex-mulher Bárbara Guimarães. Criminoso. Condenado hoje pelo tribunal».
Liliana Campos partilhou uma imagem ao lado de Bárbara Guimarães onde as duas surgem felizes e a sorrir. A apresentadora do programa «Passadeira Vermelha», da SIC Cara,s mostra que admira a ex-mulher de Carrilho.
«Nenhum de nós consegue imaginar o que foram para ti estes anos, e o que ainda está para vir…Mas a tua força, a tua determinação, e o teu silêncio disseram imenso sobre a Mulher que és».
Durante os próximos quatro anos e meio, Manuel Maria Carrilho não poderá ter qualquer problema com a justiça, correndo o risco de ser preso. A decisão foi tomada pela Instância Central Criminal de Lisboa e deverá ser recorrida pela defesa do antigo ministro da Cultura.
O ex-casal tem ainda vários processos a decorrer em tribunal, entre os quais o de violência doméstica durante o casamento.
Manuel Maria Carrilho e Bárbara Guimarães divorciaram-se em novembro de 2013. Têm dois filhos em comum, Dinis, de 13 anos e Carlota, de sete.
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