Aos 50 anos, Marisa Cruz recorda um passado difícil e arrepiante da sua infância: “Durante muito tempo tive vergonha”. À conversa com Daniel Oliveira começou por contar que a fama não a deslumbrou porque já viveu ‘sem nada’.
. “Lembro-me de não ter o que lhes dar nem o que comer (…) vivíamos o dia a dia, da ajuda dos vizinhos…”, revelou, referindo-se aos irmãos. “Muitas vezes estava sozinha com eles e tinha de inventar o que ia fazer. Às vezes era massa com atum, batatas cozidas”. E acrescentou: “Tivemos de ir a casa de amigos, na hora das refeições, para sermos convidados.”
No seguimento, contou que chegou a viver em pensões e quem a ajudou foi a avó: “Era a menina da avó. Se havia alguém que merecia a minha atenção era ela.”
A prisão do pai e o impacto para Marisa Cruz
Mas não foi só a pobreza que marcou a apresentadora, também a violência doméstica exercida sob a mãe: “Não presenciei o ato, mas vi como é que ela estava a seguir. Durante muito tempo tive vergonha, muita vergonha (…) mas se passei por tanto e consegui ter uma vida com algumas conquistas, tenho dois filhos que são incríveis, tento-me orgulhar.”
No seguimento e já visivelmente emocionada recordou a primeira vez que se lembra de ter visto o pai, com 10 anos de idade, na prisão sem nunca ter sabido o que se passou. “Lembro-me daquele momento em que o vi, o único que me lembro de estar com ele… Foi na prisão.” E atira: “Lembro-me de me oferecer um fio de outro, de ele estar feliz, de eu estar bem… Foi um momento bonito. Gostava de ter tido a oportunidade de ter assim um ou outro momento mais presente, de ter vivido alguma coisa com ele para me recordar masi dele”.
Por fim, rematou que nunca mais viu o pai e que soube da morte do mesmo por outrém: “O que me foi dito foi que [morreu] num acidente de automóvel [no Brasil, para onde fugiu]”.
Marisa Cruz apanha sol em casa
Texto: Maria Constança Castanheira; Fotos: Redes Sociais
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