“Estive na Bósnia, no Médio Oriente, na Irlanda do Norte, onde saí de um bar e me ligaram a perguntar se estava bem para me dizerem que o bar onde estava explodiu e já não existia. Nos atentados de Madrid também. Ali não tive tanto medo, porque era inconsciente, o que interessava era o direto”, revelou a ‘Júlia’.
E foi depois que começou por contar o episódio: “Medo tive num jogo de futebol. Foi Real Madrid contra o Barcelona. Eu tinha ido entrevistar o primeiro-ministro espanhol e de repente recebo uma mensagem da SIC a dizer: ‘Sei que não gostas de futebol, mas por favor vai entrevistar o Valdano [antigo treinador do Real Madrid], porque o jogo acabou com violência’, e eu contrariado vou a correr para o estádio. Quando cheguei ao estádio, achei estranho não ver um único jornalista, vi câmaras partidas, pensei, ‘Isto foi mau’, mas não sabia é que a multidão ainda lá estava”, acrescentou.
João Adelino Faria revela: “Começam a pontapear-me”
Foi aí que o terror começou: “De repente, aparece um câmara a entrar para fazer uma entrevista com a equipa técnica do Real Madrid. Há um senhor que diz, ‘eu conheço-te da televisão’. Eu começo a falar castelhano e ele diz para eu não disfarçar, porque achava que sou catalão. De repente, há uma multidão que me deita ao chão e me começam a pontapear. Consigo libertar-me e salto para quem estava em cima do meu câmara no chão.”
A história acabou a bem, mas o susto continuou: “No meio da confusão toda, estamos no chão a ser pontapeados e senti medo. Achei que não fosse sair dali com vida. Há um matulão que salta para cima de nós e diz: ‘Eu vou te matar’. E de repente ao ouvido diz-me ao ouvido: ‘Não tenha medo, sou polícia, estou disfarçado’ e foi assim que eu e o meu câmara somos retirados. Podia ter perdido a minha vida não na Bósnia, no Médio Oriente, mas num jogo de futebol.”