Pedro Chagas Freitas continua a viver dias complicados devido ao estado de saúde de Benjamin, o seu filho de seis anos. Recentemente, o menino foi submetido a um transplante de fígado, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
Na noite de ontem, dia 3, o famoso escritor usou as redes sociais para admirar a atitude do filho, que já abandonou a unidade de cuidados intensivos.
“Quando me sentir sem forças, quando quiser queixar-me da minha vida, quando me sentir a cair, a ceder a uma qualquer dificuldade, quando me apetecer baixar os braços e culpar o que me acontece pela minha desistência, vou lembrar-me de ti e do dia de hoje” escreve.
Pedro Chagas Freitas confessa ainda: “Porra, que foi um dia tão duro, tão difícil. Picadelas, exames, remoção e colocação de adesivos, cateteres, recolhas e, até, o regresso ao bloco operatório, a anestesia outra vez… tudo isto em jejum, mais de doze horas sem comer, sem beber, sempre a amar, sempre a amares tudo o que de bom ia acontecendo. Foi tão pouco, tão pouco, soubeste aproveitar tudo”.
Por fim, o autor respira de alívio e diz: “Este dia está ganho. E por goleada”.
Ora, veja aqui na íntegra este emotivo texto:
“Quando me sentir sem forças, quando quiser queixar-me da minha vida, quando me sentir a cair, a ceder a uma qualquer dificuldade, quando me apetecer baixar os braços e culpar o que me acontece pela minha desistência, vou lembrar-me de ti e do dia de hoje, vou saber então que depois do que tu hoje foste capaz de passar de sorriso nos lábios, com essa tua doçura intacta, com essas tuas frases filosóficas intactas (a enfermeira ficou desconcertada quando lhe provaste, depois da história de infância que ela te contou, que ela foi vítima de bullying; disseste-lhe mesmo assim: tu foste vítima de bullying), com tu inteiro apesar de tudo. Porra, que foi um dia tão duro, tão difícil. Picadelas, exames, remoção e colocação de adesivos, cateteres, recolhas, e até o regresso ao bloco operatório, a anestesia outra vez, tudo isto em jejum, mais de doze horas sem comer, sem beber, sempre a amar, sempre a amares tudo o que de bom ia acontecendo, foi tão pouco, tão pouco, soubeste aproveitar tudo. Antes de hoje, já eras um ídolo, um exemplo para mim, que sou tão poucochinho, tão minúsculo, ao pé do teu estoicismo, do teu espírito, da tua resistência. Depois de hoje, agora que adormeceste e descansas depois de mais uma batalha tão complexa, tão profunda, já não és um ídolo, és uma espécie de corda que vou usar para sair do buraco sempre que sentir que a queda está próxima. Não te amo apenas pelo que és, claro; mas o que és é amor. À vida, sobretudo. Relaxa, meu tudo. Este dia está ganho. E por goleada”.
Texto: Redação VIP / Fotos: Redes Sociais
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