A artista Mafalda Veiga já completou 40 anos de carreira e abre o coração para falar sobre a dedicação à música e as suas inspirações. Gosta de voltar aos sítios onde foi feliz e de saborear a vida. Ao fim destes anos, continua a considerar o filho Tomás a sua maior obra.
Em 2023, fez 40 anos que compuseste a tua primeira música, Velho. Tinhas 15 anos. Como é que aos 15 anos se compõe um tema com aquela densidade e sensibilidade?
É mesmo porque se tem essa idade. Olhas as coisas de uma maneira distante, não estás a falar de nada próximo de ti, a não ser daquilo que sentes quando vês pessoas mais velhas, que realmente estão distantes de ti e não percebes porquê.
Mas é preciso ter uma sensibilidade e uma perceção do mundo muito grandes.
A imagem é real porque eu estava na escola secundária e havia velhos sentados nos bancos de um jardim próximo. Tive uma relação sempre muito próxima com os meus avós e foi sempre uma família à portuguesa antiga, quase italiana [sorriso].
Aliás, é uma de cinco irmãos.
Sim, mas toda a família era muito ligada [pausa]. Aquela solidão chocava-me profundamente e foi a primeira vez que escrevi em português. Já tinha escrito umas coisas em inglês e espanhol, porque tinha vivido em Espanha desde os 11 anos. Foi o meu tio Pedro, que era guitarrista de fado, que me ensinou a tocar. Foi a primeira vez que me atrevi a escrever em português. Achava difícil e continuo a achar que é uma língua que tem os seus truques.
Eras muito tímida?
Não. Gravar não era um objetivo. Estava ocupadíssima a estudar e, quando fizemos as maquetes, gostei imenso de trabalhar [pausa].
“Não percas tempo / O tempo corre / Só quando dói é devagar / E dá-te ao vento / Como um veleiro / Solto no mais alto mar”, escreveste na canção O Lume, que lançaste em 2007 com João Pedro Pais. Quando olhas para trás, para estes 40 anos de canções, sentes que o tempo voou demasiado rápido?
[sorriso] Não. Acho que fui conseguindo saborear cada fase da vida.
Com as oscilações típicas de uma carreira longa?
A mim isso não me faz confusão alguma. As oscilações são a coisa mais natural do mundo e é bastante saudável que as coisas oscilem. Há fases nas nossas vidas que são muito mais introspetivas, em que tens de colocar em causa coisas que fizeste. Depois, não olho para este percurso como carreira. O que é isso da carreira? Para mim, é a minha vida.
Leia a entrevista na íntegra na sua NOVA GENTE desta semana. Já nas bancas!
Texto: Nuno Azinheira; Fotos: Helena Morais; Maquilhagem e Cabelo: All About Make U
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