Tony Carreira tem feito várias visitas ao cemitério para conversar com a filha, Sara que morreu em dezembro de 2020, aos 21 anos, num trágico acidente na A1. “Vou duas a três vezes por semana e sempre que me apetece. Converso com a minha filha durantes uns 10, 15 minutos, e são poucas as vezes em que saio a chorar. Faz-me bem ir lá”.
O artista conta que a tragédia o aproximou da Igreja. “Sou muito racional, mas quero desenvolver mais a parte espiritual. Gostava de ter tempo e de encontrar as pessoas certas para me entregar à meditação. Não sei se há mais alguma coisa para além disto, mas quero acreditar que sim. Conheci o [cardeal] D. Américo Aguiar no funeral da minha filha. Ele é uma pessoa muito especial, fez-me aproximar da Igreja e tem-me ajudado mesmo muito”.
O artista admite que antes da morte da filha não acreditava em nada. “Zero! Eu tinha essas conversas com a Sara. Ela acreditava nas energias e às vezes ainda falamos sobre isso…”.
“Não sei onde fui buscar forças para uma dor tão violenta”
O músico sublinha que há um Tony antes e depois da morte de Sara. “Claramente. Não sei onde fui buscar forças para suportar uma dor tão violenta. Há a dor do choque e depois a dor constante. Cheguei a consultar um psicólogo e apenas numa sessão aprendi uma coisa essencial: a importância de ter ferramentas para superar a dor. As minhas ferramentas são as cadelas que eram da Sara, que é algo que está vivo, e a associação em homenagem a ela – e se nos está a ver, não tenho dúvida que tem muito orgulho na família. E, claro, tenho os meus filhos e os meus netos. É assim que consigo continuar”.
Texto: Vânia Nunes; Fotos: Redes Sociais e Impala
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