“Apesar do aconselhável ser não engravidar, pelo menos nos dois anos seguintes, sendo que quase todas as mulheres passam pela mesma situação clínica apresentam um quadro de infertilidade após o tratamento, eu, a exceção à regra, descobri que estava à espera de um terceiro bebé. Era a Maria Luísa, um verdadeiro bebé-milagre. Um bebé que já se estava a formar dentro de mim há quase um mês, quando o médico voltou a cometer outro erro grave e me colocou um DIU sem sequer fazer um exame complementar, através do qual teria percebido de imediato que estava grávida”, começou por dizer.
E continuou: “Descobri que estava grávida, com cerca de 20 semanas de gestação, quando os médicos me aconselharam a não ter mais filhos nos dois anos seguintes ao tratamento. Fiquei grávida numa altura em que estava totalmente convencida de que seria impossível engravidar”.
Fernanda Serrano deparou-se com dúvida: “Ter o bebé ou interromper a gravidez?”
A atriz revela: “Quando descobri vi-me confrontada com opiniões médicas diferentes e sem saber o que fazer. Ter o bebé ou interromper a gravidez? Estava desesperada. A minha amiga Ana, que sabia da situação aflitiva em que me encontrava, fez questão de vir, com a minha irmã, a Patrícia, passar essa noite em minha casa, para me apoiarem e, mais importante, distraírem-me”, recordou.
Por fim, conta quem a fez tomar a decisão de ter o bebé: “De facto, a resposta de que precisava chegou dois dias depois, pela voz de um médico muito conceituado e professor universitário, que nos tinha sido indicado por um amigo. Na sua opinião, como o carcinoma mamário que tive não era hormonodependente, a gravidez não teria, à partida, uma influência que pudesse degenerar uma recidiva. Aconselhou-me a fazer ecografia e amniocentese para confirmar se estava tudo bem com o bebé, embora também, na opinião do professor, fosse pouco provável que o tratamento tivesse sido afetado, uma vez que engravidara já depois de ter acabado a quimioterapia e radioterapia”, explicou.
Foi nesse momento em que fez a ecografia que conheceu a filha Maria Luísa: “Uma bebé rechonchuda, a chuchar no dedo. Um bebé-milagre que dividia o meu útero com um DIU e que assim continuou até nascer. Uma bebé que queria viver. E, apesar de todas as atribulações, os últimos cinco meses de gravidez foram bastante calmos. Acredito que pensamentos pessimistas atraem coisas negativas. Por isso, o melhor era não pensar no que podia correr mal”, completou.
Recorde-se que Maria Luísa tem atualmente 14 anos e é fruto casamento terminado da atriz com Pedro Miguel Ramos.
Texto: Maria Constança Castanheira; Fotos: Redes Sociais e Arquivo Impala