O magusto é uma festa popular muito celebrada em Portugal, na qual não pode faltar castanhas e jeropiga ou água-pé. Em Portugal existem várias regiões onde se produz castanha de elevada qualidade, como na Serra da Padrela, Marvão-Portalegre, Trancoso e a Terra Fria Transmontana.
Em conversa com a Dra. Paula Beirão Valente, nutricionista da Clínica Espregueira no Porto, ficamos a saber tudo sobre este fruto.
“É um alimento muito versátil em termos de confeção podendo comer-se cozida com erva doce, assada, como acompanhamento de pratos, na base de sopas ou na confeção de apetitosas sobremesas e bolos. No entanto, atualmente é possível encontrar castanha no mercado durante todo o ano, descascada e congelada ou até cozida.
Maioritariamente constituída por hidratos de carbono, a castanha constitui uma excelente fonte de energia. Embora seja classificada como um fruto, a sua riqueza em amido, torna a castanha semelhante, do ponto de vista nutricional, aos alimentos pertencentes ao grupo dos cereais e derivados, tubérculos da roda dos alimentos.
A castanha possui também quantidades apreciáveis de fibra, características que a tornam um interessante alimento no controlo do apetite, podendo ainda contribuir para a regulação dos níveis de colesterol e da resposta de insulina.
É ainda isenta de glúten, logo bem aceite pelos celíacos, pobre em gordura e não contém colesterol, sendo por isso menos calórica quando comparada com outros frutos secos. Possui quantidades razoáveis de vitaminas, minerais e antioxidantes, em particular, polifenóis. Dentro das vitaminas, destaca-se a vitamina C sendo que uma porção de castanhas (10 castanhas) com apenas 179 kcal fornece metade da dose diária recomendada de vitamina C, 14 % da tiamina necessária, 21% da vitamina B6 e 15% do ácido fólico. Quanto aos minerais, a castanha fornece quantidades apreciáveis de cálcio, ferro, selénio, potássio, zinco, fósforo, cobre, manganésio e magnésio.
Os hidratos de carbono presentes na castanha possuem quantidades apreciáveis de amiloses e amilopectinas, polissacarídeos que permitem o desenvolvimento da flora intestinal. Se a esta evidência, adicionarmos as substâncias indigeríveis (fibra), que estimulam a presença de bactérias probióticas benéficas no intestino, a presença de compostos fenólicos e diferentes fitoquímicos, como a luteína e a zeaxantina, a castanha e torna-se num alimento com efeito anti-inflamatório e antioxidante a nível intestinal.
Com tantas qualidades seria interessante ter a castanha presente em mais refeições, tanto em casa como na escola, podendo substituir o arroz, a massa ou a batata. Fica a sugestão!“
Fotos: D.R
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