O ator Paulo Azevedo nasceu sem mãos e sem pernas. Após se ter divorciado, enfrentou um novo desafio: cuidar dos filhos, mesmo com as dificuldades Físicas.
Qui, 14/09/2023 - 9:00
Os desafios sempre foram uma constante na vida de Paulo Azevedo. Depois de se ter divorciado, o atror enfrentou uma das novas provações: cuidar dos filhos sozinho. O orador emocional marcou presença no programa Júlia, da SIC e abriu o coração à apresentadora sobre como a sua vida deu uma volta após a separação.
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“Antes de me divorciar refugiava-me um bocadinho nas minhas limitações e a Sónia [ex-mulher] fazia praticamente tudo. Então, quando me apanho com eles foram desafios tremendos. Primeiro a Matilde, que tinha 2 anos, por causa das fraldas. Quando a necessidade obrigou, percebi que conseguia fazer tudo. Fui quebrando barreiras que achava que nunca conseguiria fazer sozinho. Foi algo que me surpreendeu a mim próprio”, começou por contar o artista a Júlia Pinheiro, que se mostra orgulhoso pelo trabalho que foi feito com os filhos.
Júlia Pinheiro questionou então: “Os teus filhos entendem a tua situação? Foram educados nesse sentido?” O ator respondeu, de imediato: “Os meus filhos sempre foram muito sensíveis. Nunca me fogem quando vão na rua, como às vezes vejo outras crianças a fazerem. Sempre lidaram muito com a diferença, desde muito pequeninos. Não foi algo que lhes tivesse incutido, eles sempre tiveram esse instinto. Já me perguntaram porque é que nasci assim, porque os amigos também lhes perguntam, e faço questão de falar com os colegas deles na escola para que também percebam”, contou o artista.
Contudo, apesar de ter conseguido ultrapassar muitas barreiras, o orador confessa que a separação, pouco antes da pandemia, não foi uma fase fácil para si, a nível psicológico e que teve de arranjar motivos para se manter estável. “Voltei para a minha casa, onde antes vivia com os meus avós, para o meu quarto de solteiro. São aquelas rasteiras que a vida nos prega, em que temos de nos reerguer. Fui-me abaixo por não ter os meus filhos de manhã todos os dias e não ter aquela rotina a que estava habituado. Refugiei-me muito nas palestras, no trabalho, na reconstrução de uma casa que era da minha mãe para ocupar um espaço para nós”, declarou.
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Texto: Luís Duarte Sousa Fotos: Redes Sociais
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