Atentado de Barcelona
Dor e comoção no último adeus às vítimas portuguesas

Nacional

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro ministro, António Costa, fizeram questão de marcar presença nas cerimónias fúnebres das duas cidadãs portuguesas que perderam a vida no ataque terrorista nas Ramblas, em Barcelona

Qua, 23/08/2017 - 16:03

Familiares, amigos e algumas figuras públicas portuguesas reuniram-se esta quarta-feita, 23 de agosto, por volta das 10h30, no Centro Funerário de Cascais, para prestarem a última homenagem às duas vítimas portuguesas que morreram na passada quinta-feira, 17 de agosto, no ataque terrorista nas Ramblas, em Barcelona.

Entre os vários presentes, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, fizeram questão de assistir ao funeral e apresentar as suas condolências a todos os que se encontravam a participar no último adeus a Maria Correia, de 20 anos.

O chefe de Estado e o primeiro-ministro chegaram às 11h20 e abandonaram o local, sem prestar declarações à comunicação social, por volta das 12h00. O secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrello, o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro e a secretária de Estado da Justiça, Anabela Pedroso, também estiveram presentes nas cerimónias fúnebres.

O Presidente da República e o primeiro-ministro regressarão ainda esta tarde ao local para assistirem à segunda cerimónia realizada em homenagem de Maria de Lurdes, de 74 anos, a outra vítima mortal portuguesa dos atentados de Barcelona. A cerimónia prossegue posteriormente para o cemitério de São Pedro de Penaferim, no concelho de Sintra.

Mensagem da família real espanhola, colegas universitários trajados e muitas coroas de flores

No decorrer do funeral, os reis de Espanha fizeram chegar pessoalmente à família de Maria Correia e Maria de Lurdes uma mensagem de condolência, através de um representante do embaixador espanhol, que esteve presente nas exéquias.

“Sentimo-nos profundamente tristes pela morte de Maria de Lurdes e Maria no cruel e desprezível atentado de Barcelona. A sua memória permanecerá sempre connosco e com todos os espanhóis como um valioso testemunho de paz, liberdade e convivência, face à barbárie terrorista”, pode ler-se na mensagem assinada por Filipe VI e Letizia.

Num ambiente solene, entre abraços sentidos, rostos abalados e coroas de flores a chegarem a todo o momento, os colegas de curso da Escola Superior de Enfermagem de Maria Correia prestaram homenagem e apareceram no funeral usando o típico traje académico português.

Avó e neta tinham combinado passar umas férias juntas

Maria, de 20 anos, e Maria de Lurdes, de 74, ambas residentes na Grande Lisboa, marcaram uma semana de férias juntas em Barcelona. Avó e neta tinham acabado de chegar à Catalunha e deixado as malas no estabelecimento hoteleiro onde iriam ficar hospedadas, quando se dirigiram às movimentadas avenidas das Ramblas.

Horas após a chegada, Maria e Maria de Lurdes perderam a vida atropeladas por uma carrinha dirigida por um membro de uma célula terrorista do Estado Islâmico, que entrou de rompante pela zona pedonal, durante cerca de 600 metros, causando 15 vítimas mortais e mais de uma centena de feridos. Maria de Lurdes foi a primeira vítima portuguesa a ser identificada, enquanto a jovem de 20 anos foi dada como desaparecida. Dois dois dias após os ataques, Maria foi identificada pelos próprios pais, ainda em Barcelona.

Na passada tarde de domingo, os corpos das duas mulheres foram repatriados num avião da Força Aérea Portuguesa, disponibilizado pelo Governo.

Fotos: Paula Alveno

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