Aos 74 anos, Linda de Suza morreu esta quarta-feira, dia 28 de dezembro, vítima de insuficiência respiratória e outras complicações associadas à covid-19. Apesar de ter passado os seus últimos dias no hospital Gisors, na Normandia, o passado da autora do tema ‘A Mala de Cartão’ também é marcado por dificuldades financeiras e alguns conflitos com o estado francês.
Em 2015, Linda de Suza tinha contado que estava a viver com apenas 400 euros e que o seu antigo companheiro era o culpado por tê-la levado a não declarar os rendimentos, uma vez que era ele o responsável por tratar das suas finanças. “Sem recibos, não há reforma“, disse a cantora em entrevista à revista ‘Télé Poche’, citada pela ‘Gala’. “Ele dormiu comigo pelo dinheiro”, referiu ainda a cantora.
“Falsificaram os meus documentos, atribuíram-me dois números de cartão de residente e de segurança social em França, modificaram mesmo a data da minha chegada a França, pondo 1979 quando eu cheguei em 1970, e, desse modo, desviaram o meu dinheiro abrindo contas secretas que eu desconhecia, uma no banco Rotschild, em Paris, e outras no Luxemburgo”, revelou Linda de Suza ao ‘Expresso’ e acrescentou: “Eu na altura era ingénua, era muito humilde, acreditava nas pessoas e não controlava nada da contabilidade e do dinheiro que ganhava com os discos, os espetáculos, o livro, os filmes”.
Linda de Suza admitiu estar sem dinheiro para comida
O pesadelo com as Finanças e com a Segurança Social francesas parecia não ter fim quando a cantora tentou pedir a reforma. “De 70 a 78 fui camareira, contribui. Depois tornei-me artista. E agora a polícia e os serviços de inteligência dizem-me que apenas cheguei em França em 1979, dando-me um novo número de cartão de residente e a dizer que naquela altura eu exercia uma profissão liberal”, disse há sete anos à rádio RTL, onde confessou viver num estado de miséria: “Não tenho nada. Vendi milhões de livros, milhões de discos e agora não tenho nada. Nem sequer tenho o suficiente para comprar comida de cão“.
Linda de Suza, o nome artístico de Teolinda de Sousa Lança, tornou-se popular na década de 1980.
Texto: Carolina Sousa; Fotos: Redes Sociais
Siga a Revista VIP no Instagram